Bebiana Junqueira, 23 anos, não tem vida para ficar à espera que as oportunidades caiam do céu. Casada, com uma filha de 13 meses, trabalha, desde fevereiro, na fábrica da Artefumo, em Chaves, onde enche e embala alheiras.
O ambiente de trabalho é bom, mas Bebiana quer ser enfermeira. Foi para isso que estudou, tendo concluído o curso em 2009, na Escola Superior de Enfermagem Doutor José Timóteo Montalvão Machado. Estagiou seis meses no Hospital de Chaves e começou à procura de emprego nos hospitais portugueses e em centros hospitalares da Galiza.
“Em Portugal há falta de pessoal nos hospitais. Mas estes preferem que os seus enfermeiros façam horas extraordinárias a pagar novos salários contratando mais gente”, diz. Não baixa os braços – continua a concorrer a todas as vagas que surgem.
Entretanto, desenrasca-se com o salário mínimo. Mas não esquece o esforço que os pais, um militar da GNR e uma doméstica, fizeram para lhe pagar os estudos, numa escola privada. Agora, Bebiana só olha para o futuro: “Não desisto”, conclui.