Veemente defensor do jornalismo-literário, isto é, do jornalismo como disciplina superior da literatura, Fernando Dacosta tornou-se, na sua geração, uma referência no género – que cultivou de forma muito personalizada e subjectivada. Emblemático na sua obra, o romance O Viúvo (fascinante metáfora sobre a perda, por Portugal, das colónias) assume simbologias irrecusáveis na ficção produzida pela nossa língua.
Entre os vários galardões conquistados, o autor (nascido em Luanda, criado em Lamego e radicado em Lisboa) soma o Grande Prémio de Romance Círculo de Leitores (pelo presente livro), o Grande Prémio de Teatro RTP, o Prémio da Associação dos Críticos de Teatro, o Prémio Fernando Pessoa e dois prémios Gazeta. Em 2005 foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique.
‘O viúvo’
SINOPSE
“O viúvo é um romance diferente. Na sua narrativa, saturada de dor tranquila, caldeiam-se lances de realismo mágico, míudas observações do quotidiano pobre, reflexões e lembranças de um tempo revoluto, a ditadura, a guerra colonial, as romarias, os carrocéis, os cantores ambulantes, a mudança que chega através da televisão. É um melancólico, lúdico, lento romance, de estrutura e escrita aventurosa, perpassado por um canto agónico, às vezes iluminado por um riso novo, por comentários provocatórios, de uma inocência ou de uma acuidade invulgares.” Urbano Tavares Rodrigues
“É um livro de grande mistério e transparências, este, a Bíblia de um Portugal viúvo, o livro radioso dos dias em que o velho do Restelo se torna mulher, o livro que côa Portugal no aflitivo auge da sua liberdade.” Inês Pedrosa