Nos primeiros seis meses de 2022, os estrangeiros compraram cerca de 790 imóveis residenciais na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa num total de €403 milhões de investimento. Ou seja, uma média de 131 casas por mês.
Neste período, o ticket médio de investimento dos estrangeiros foi de €509 mil e as aquisições foram concretizadas por compradores oriundos de 60 países diferentes. Os dados são apurados pela Confidencial Imobiliário e abrangem transações de habitação concretizadas por particulares na ARU de Lisboa.
O montante investido por estrangeiros neste período representa uma redução de 32% face ao semestre anterior, “mas este período registou um investimento recorde de €592,5 milhões, refletindo uma antecipação das aquisições devido às alterações nos critérios de elegibilidade dos vistos Gold, em janeiro seguinte”, ressalva-se no relatório da Confidencial.
Quem mais compra
No 1º semestre do ano, 56% do montante internacional foi investido por cinco nacionalidades. Os franceses foram os compradores mais ativos, investindo €71,6 milhões, o equivalente a 18% do montante internacional, seguidos dos norte-americanos, que aplicaram €48,4 milhões (quota de 12%). As cinco nacionalidades mais ativas incluem também os chineses, com um investimento de €38,7 milhões (quota de 10%), os britânicos, cujo montante investido ascendeu a €33,2 milhões, e os brasileiros, que alocaram €32,8 milhões à compra de habitação. Estas duas últimas nacionalidades detêm uma quota de 8% cada no investimento estrangeiro.
Entre estas cinco nacionalidades mais ativas, são os brasileiros quem mais investe por operação, apresentando um ticket médio de investimento de €763,3 mil. Este valor fica cerca de 40% acima do montante médio aplicado pelos franceses, norte-americanos e britânicos, cujos tickets se situam entre os €525,0 mil e os €566,0 mil. Os chineses são quem investe menos, situando o seu ticket médio em €464,2 mil.
Em termos de destinos de investimento, as freguesias de Santo António, Avenidas Novas, Estrela, Arroios, Misericórdia e Santa Maria Maior são as preferidas dos compradores estrangeiros, agregando, entre si, 73% do investimento internacional no semestre. Santo António, Avenidas Novas e Estrela registam quotas de 13% do montante internacional, com €50 a €53 milhões de compras internacionais; Arroios e Misericórdia detêm uma quota de 12% cada, com investimentos na ordem dos €47 milhões; e Santa Maria Maior, com uma quota de 11% agregou €43 milhões de investimento.
Portugueses geraram 67% das compras
No 1º semestre, a ARU de Lisboa atraiu €1.225 milhões de investimento em habitação num total de 3.100 imóveis adquiridos. Os estrangeiros foram, assim, responsáveis por 33% das aquisições em valor e 26% em número de operações. Os portugueses geraram 67% das compras em montante, num total de 822,3 milhões. Em número de operações a quota nacional foi de 74%, equivalente a 2.275 operações. O investimento nacional apresentou uma variação de 4% face ao semestre anterior, quando foram investidos €792 milhões.
Apesar da predominância nacional no volume de investimento, os compradores estrangeiros investem, em média, mais 40% por operação que os portugueses, comparando-se tickets médios de €509,0 mil e €361,5 mil, respetivamente.