As periferias de Lisboa estão a ganhar um novo estatuto em termos imobiliários com o surgimento de projetos de luxo para a classe média/média alta e Montijo não é exceção. Ao contrário do Seixal, Barreiro, Alcochete e Almada, atualmente as coqueluches da Margem Sul, Montijo tem-se mantido discretamente à margem do frenesim construtivo mas as oportunidades de investimento começam a surgir.
A Portugal Slow Living é neste momento um dos promotores mais ativos desta zona, contemplando no seu plano de investimento a curto e médio prazo três projetos, com características diferentes, num total de 25 milhões de euros.
A construção do primeiro projeto – o Baixa Montijo – vai arrancar no próximo mês. Situado em pleno centro histórico do Montijo, entre a baía do Tejo e o museu dos Pescadores, o empreendimento residencial é uma reabilitação da primeira escola pública de ensino primário no concelho do Montijo. Com três edifícios e 24 apartamentos (e tipologias deste o T1 ao T4 Duplex), o Baixa Montijo está a ser projetado pelo arquiteto Fernando Carona para alcançar o topo em termos de certificação ambiental.
![](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2022/06/220622_T2-_SALA_-2-copia-1600x800.jpg)
“Montijo é uma cidade que tem ainda muitas zonas rurais e oferece boas oportunidades de investimento ao nível do preço do solo ou por área. Ao contrário de Alcochete, logo ao lado, onde existem já bastantes empreendimentos, em Montijo ainda há muito por descobrir, é muito desconhecido”, sublinhou Catarina Teixeira, sócia no Portugal Slow Living, empresa que conta ainda com mais dois sócios, o francês Didier Poulain e Vitor Rodrigues, franco-português, tal como a sua sócia. “Vivo em Espanha, sou francesa com origens portuguesas e o meu pai é do Montijo, daí a minha ligação emocional a esta terra”, diz Catarina.
As boas oportunidades de investimento a que se refere a administradora traduzem-se em ganhos significativos na hora de fazer contas. “Em comparação com Alcochete, por exemplo, estamos a falar de reduções de preços que podem chegar até aos 30% com os valores do metro quadrado a variar entre os 1.800 e os 2.000 euros”, adiantou ainda, referindo que a cidade tem vindo a consolidar a sua capacidade de atração com projetos estruturantes a instalarem-se na cidade como o Mercadona, a casa da Música ou uma nova clínica CUF.
A procura nacional, que está cada vez mais exigente no tipo de habitação que adquire e a internacional, principalmente francesa que é já bastante ativa em zonas como Seixal, Palmela ou Setúbal, estão na mira da promotora que apostou na diversidade de projetos, todos já ajustados à nova realidade pós-pamdémica, onde as casas se querem para ser vividas intensamente não faltando por isso varandas, terraços e espaços para teletrabalho. Além do Baixa Montijo, é também nesta zona que se irão localizar os dois próximos empreendimentos do Portugal Slow Living – o Atelier e o Townhouse.
“O Atelier vai ser uma reabilitação de uma antiga fábrica dedicada à suinicultura, que está muito bem localizada, frente à câmara municipal do Montijo. É o maior edifício em volumetria do centro e estava devoluto há anos. Aqui vamos construir lofts industriais com duplo pé-direito, mezzanine, espaços bastante singulares, muito direcionado para um público mais jovem”, descreve Catarina Teixeira, acrescentando que terá 14 lofts e oito duplexes. A construção deverá arrancar dentro de um ano.
O terceiro projeto chama-se Townhouse e abrange 35 moradias a serem edificadas junto à praça de Touros, todas com jardim e opção de piscina.
“A cidade está a atrair novos habitantes e a entrar numa nova etapa de desenvolvimento urbanístico. Queremos contribuir para esta nova etapa onde as pessoas querem passar mais tempo em casa, em teletrabalho mas sempre com a possibilidade de em 20 minutos estarem no centro de Lisboa” rematou a responsável. O primeiro projeto apresenta valores a partir dos 185 mil euros e deverá estar pronto dentro de 18 meses.