Lisboa, Cascais e Estoril estão em alta no imobiliário com as casas de luxo a serem comercializadas a um ritmo histórico. Na Porta da Frente/Christie’s foram vendidas cerca de nove casas por semana, em média, no período entre janeiro e março deste ano. Ou seja, foram 109 imóveis vendidos num volume total de 161 milhões de euros. O preço médio rondou os 1,5 milhões de euros.
A consultora especializada no segmento de luxo viu assim a sua faturação mais do que triplicar em relação aos resultados do ano passado quando as vendas no primeiro trimestre de 2021 atingiram os €32 milhões (correspondentes a 32 imóveis vendidos).
“2021 foi o melhor ano de sempre da nossa empresa – que existe há 25 anos em Portugal – e estes primeiros meses de 2022 estão a revelar-se uma continuidade dessa boa dinâmica”, sublinhou à Visão Rafael Ascenso, diretor-geral da empresa, à margem do lançamento de mais uma iniciativa solidária e cultural da empresa, desta vez em parceria com a Junta de Freguesia de Cascais.
A consultora desafiou artistas plásticos de todo o país para darem asas à sua imaginação em telas com formato de portas (que remetem para o nome da empresa) e que vão ser vendidas, sendo o montante global arrecadado entregue ao Banco Alimentar contra a Fome.
“Esta iniciativa surgiu da vontade de assinalar os 25 anos da Porta da Frente e, em simultâneo, promover artistas de todo o país. E eles aderiram entusiasticamente. Recebemos mais de 50 propostas vinda do Algarve, Ericeira, Aveiro, Cascais, Almada, entre outras. Destas 50 selecionamos 25 artistas que fizeram as suas obras de arte e que podem ser adquiridas por quem queira ajudar o Banco Alimentar”, explicou Vinicius de Carvalho, diretor de marketing da Porta da Frente/Christie’s. O valor mínimo começa nos 100 euros e até agora já foram vendidas 14 peças.
Desafiada pela consultora imobiliária, a Junta de Freguesia de Cascais cedeu o espaço para acolher a exposição temporária das 25 peças. Pedro Morais Soares, presidente da junta, reforçou o compromisso da junta com as artes, os movimentos solidários ou as iniciativas de sensibilização ambiental, numa localidade que conta com um apoio de uma comunidade cada vez mais plural.
“Temos em Cascais residentes de 129 nacionalidades diferentes. Costumamos dizer que em Cascais e Estoril somos todos de Cascais e Estoril independentemente da nacionalidade mas, de facto dos 70 mil residentes que aqui vivem cerca de 17% são estrangeiros”, especificou à Visão Pedro Morais Soares, realçando que as comunidades mais expressivas são as dos franceses, os brasileiros e italianos.
Muitos deles adquiriram a sua residência através da Porta da Frente. A pandemia, apesar de todos os condicionalismos à mobilidade das pessoas, não refreou a aquisição de casas de luxo por parte dos estrangeiros. Bem pelo contrário, acelerou-lhes a vontade de desfrutar da vida num local aprazível e muito acessível tendo em conta o seu poder de compra.
“Tudo aquilo que Portugal oferece passou a ser ainda mais valorizado depois da pandemia”, sublinhou Rafael Ascenso, o responsável da Porta da Frente/Christie’s, acrescentando que até a inflação está a contribuir para o aumento do investimento no imobiliário.
“Não só clientes estrangeiros mas muitos investidores nacionais já analisaram a fundo o impacto da inflação e perceberam que o mercado imobiliário é muito mais consistente para receber as suas poupanças em detrimento do mercado financeiro, que é bastante mais volátil”, reforça ainda o responsável.
Com vários lançamentos recentes bem sucedidos entre os quais o Villa Infante, em Lisboa, o Mirear, em Miraflores, o Boutique Villas ou o Cascais Bay, em Cascais, a Porta da Frente/Christie’s não se tem ressentido do aumento dos preços provocados pelos custos de construção.
“É um facto que o que está a ser lançado hoje tem um preço superior ao que existia no mercado há um ano e meio devido não só ao preço dos materiais mas também da mão-de-obra. Muitos dos pedreiros e pessoal não técnico que aqui trabalhavam em 2020 eram de fora e quando a pandemia começou regressaram aos seus países. Isso teve um impacto enorme no atual custo da mão-de-obra”, lembra Rafael Ascenso.
A aquisição de imóveis usados é por isso também um bom investimento até porque a evolução dos preços continua a ser uma incógnita, rematou ainda o responsável.