Chama-se Cryptohouses, foi agora lançado em Portugal pela Zome, “mediadora imobiliária 100% nacional” como a consultora se auto-apresenta, e pretende ser um portal direcionado para listar imóveis integralmente em criptomoeda. No novo site, será possível consultar todas as informações sobre imóveis disponíveis para permuta com ativos virtuais, os respetivos valores de transação convertidos nos vários criptoativos, e solicitar visitas. A Zome, em parceria com a sociedade de advogados Antas da Cunha ECIJA, assegurará o acompanhamento próximo em todas as fases do processo, da pesquisa à escritura.
“O lançamento deste portal reforça a nossa vontade de estar na vanguarda das tendências do setor, e poder anunciá-lo a todos os colaboradores da Zome em Portugal e Espanha, é também uma forma de mostrar a cada um deles que são a nossa inspiração e motivação para continuarmos a evoluir. Acreditamos que os criptoativos farão parte do futuro e as plataformas digitais abrem um novo mundo de oportunidades para a mediação. Em conjunto com os nossos parceiros, a quem tanto agradecemos, queremos continuar a fazer história, e sempre com um único propósito: oferecer o melhor serviço a quem nos procura”, sublinhou Patrícia Santos, CEO da Zome.
Este é mais um passo para a mediadora imobiliária portuguesa neste novo segmento do mercado da mediação. “A 4 de maio, a Zome e a sociedade de advogados Antas da Cunha ECIJA, montaram em conjunto a primeira escritura pública de venda em criptoativos, sem necessidade de conversão para euros antes do ato da escritura. A primeira transferência de um ativo digital para um ativo físico – uma casa – sem qualquer conversão para euros, na Europa, foi concretizado com um apartamento T3, em Braga”, refere a consultora, em comunicado.
Uma pesquisa rápida ao novo portal dá conta, por exemplo, que um edifício inteiro na Misericórdia (um T32) por reabilitar está à venda por 134 Bitcoins (BTC), moeda virtual que vale atualmente cerca de 29 mil euros, o que atribui ao edifício um valor de cerca de 3,8 milhões de euros. Outro exemplo: um T2+1 em Campo de Ourique por 9 BTC, ou seja, 261 mil euros.
É seguro?
Ainda pouco divulgadas em Portugal, as criptomoedas já movimentam milhões em todo o mundo. Um artigo da Deco/Proteste publicado recentemente, explicava que as moedas virtuais são transacionadas nas chamadas “bolsas cripto”, sites para onde pode ser transferido dinheiro “real” (euros, dólares) com o objetivo de o trocar por criptomoedas ou fazer câmbio entre diferentes moedas virtuais, à semelhança do que acontece nas bolsas de valores mobiliários ou nas casas de câmbios.
“A interação com estes sites é semelhante à que o consumidor tem com o seu banco online, por exemplo, ao qual acede com um nome de utilizador e uma palavra-passe, entre outras medidas de segurança. Para entrar nas bolsas cripto, nenhum conhecimento sobre o funcionamento das criptomoedas é exigido ao investidor. Ainda assim, o mais avisado é informar-se o melhor possível antes de se aventurar no mundo das moedas virtuais”, realçava a Deco.
Num outro artigo de 13 de abril mas da Proteste/Investe, igualmente uma publicação do universo DECO, aconselhavam-se duas opções: ” Se quer investir no “ouro digital”, escolha a bitcoin. Mas se valoriza a inovação, aposte na ethereum”, segundo a revista.
Entretanto, começa a ser possível, em algumas instituições de pagamentos, comprar e armazenar criptomoedas, ao lado dos serviços habituais. “A Revolut, por exemplo, plataforma digital de serviços bancários, permite adquirir bitcoins e outras criptomoedas através da sua aplicação, em troca de uma comissão de 2,5%, que, noutro contexto, consideraríamos elevada mas que, perante a volatilidade das criptomoedas, não criticamos”, remata ainda a DECO.