O mercado de luxo em Portugal não poderia estar em melhor forma – a Porta da Frente/Christie’s, especializada em imobiliário para as classes mais altas, teve, em 2021, o melhor ano de sempre da sua existência desde que se instalou, há 25 anos, em Portugal. A consultora vendeu 362 casas num volume de faturação na ordem dos 338 milhões de euros, mais 46% que no ano transato.
Numa antecipação para a Visão dos resultados que hoje irá divulgar, Rafael Ascenso, diretor-geral da empresa, realça que a Porta Frente/Christie’s atraiu no ano passado clientes de 37 nacionalidades diferentes, com o segmento estrangeiro a absorver 61% das compras versus 39% de compradores nacionais. No cômputo geral dos três escritórios da consultora imobiliária (Cascais, Lisboa e Oeiras), o valor médio de aquisição situou-se próximo de um milhão de euros (mais precisamente 934 mil euros).
“Se no primeiro trimestre do ano passado me tivesse perguntado se tinha grandes expectativas para 2021 dir-lhe-ia ‘obviamente que não’. Mas a verdade é que acabámos por ter o melhor ano da nossa história! E parte destes resultados explicam-se pela necessidade das pessoas desejarem mais segurança nas suas vidas”, sublinha Rafael Ascenso.
E segurança a todos os níveis. Na verdadeira acepção da palavra e também quando esta se aplica à fiabilidade do investimento.
A forma como o Governo tem gerido a pandemia e a população tem acatado as regras de vacinação ajudaram a desbloquear muitas compras que estavam em suspenso e atraíram outras tantas. “Em 2021 tivemos uma grande recuperação de clientes estrangeiros. Com a pandemia, muitos estrangeiros perceberam que Portugal é o país onde querem viver. Alguns já cá tinham casa, mas resolveram comprar outra de maior dimensão. Outros, neste momento de grande instabilidade em todo o mundo, perceberam que Portugal tem muito para oferecer, incluindo um bom produto imobiliário”, sublinha o responsável.
De facto, basta olhar para as três nacionalidades que figuram no top de estrangeiros que mais casas de luxo compraram à Porta da Frente/Christie’s em 2021, para perceber essa necessidade de procurar um oásis de estabilidade longe dos seus países de origem. Na fatia de 61% representativa das compras feitas por estrangeiros, os brasileiros surgem à cabeça com um peso de 23%, os americanos na segunda posição com 7% e os franceses a fechar o top 3 com 4%.
A pandemia também baralhou as necessidades habitacionais. As moradias estiveram em alta e, logo, fizeram crescer os preços médios de aquisição por zonas. O escritório de Cascais da Porta da Frente viu crescer em 28% (em comparação a 2020) o valor médio das transações concretizadas nesta zona exclusiva onde ainda existe oferta de vivendas com a tão desejada área exterior, fundamental em momentos de confinamento. Aqui, o valor médio situou-se nos 1.345 milhões de euros.
As casas da cidade também ganharam outras exigências. “Hoje em dia, nunca se privilegiou tanto a vivência de bairro, a possibilidade de tudo encontrar a uma curta distância a pé”, reforça ainda Rafael Ascenso. Duas tendências que o diretor-geral da Porta da Frente/Christie’s não tem dúvidas de que se irão manter em 2022.