Num inquérito realizado junto de 4000 empresas de mediação imobiliária a operar em Portugal, a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), aferiu o impacto que o COVID-19 esteve junto deste setor durante o mês de abril. Os resultados deste inquérito são reveladores da realidade que as mediadoras imobiliárias atravessaram no último mês. 50% das empresas inquiridas suspenderam totalmente a sua atividade, e em 45,8% esta suspensão foi parcial.
95,3% indicaram uma quebra do volume de negócios em abril e uma quebra da procura na ordem dos 92,5%. 62,7% das empresas revelam que desistências dos clientes de negócios que estavam em curso e 19,8% destes chegaram mesmo a desistir da compra após celebração do Contrato de Promessa de Compra e Venda (CPCV).
“Estes números demonstram que a atividade esteve praticamente parada durante o mês de abril. Dentro em breve serão revelados os números oficiais que confirmarão esta realidade: estivemos encerrados devido ao plano de emergência nacional, mas temos consciência e congratulamo-nos pela eficácia que as medidas tomadas estão a ter no abrandamento da curva de propagação da epidemia” realçou o Presidente da APEMIP, Luís Lima, lembrando o papel desempenhado pela associação junto da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), em sede de Concertação Social e que garantiu a paridade da mediação imobilIcom outras atividades, dando-se o devido valor à importância desta classe e àquilo que representa no panorama económico nacional”.
Mais de metade das empresas afirmou ter recorrido a alguma das medidas excecionais previstas pelo Estado, o que não surpreende Luís Lima. “Como podemos ver nos resultados deste inquérito, a quebra de receitas das empresas foi brutal e é natural que tenha havido necessidade em recorrer aos apoios promovidos, que não tenho dúvida de que ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas empresas”, diz.
Ainda assim, o Presidente da APEMIP diz-se “otimista, mas realista” com este regresso ao ativo.
“Neste momento haverá uma fase de adaptação por parte das empresas à nova realidade, nomeadamente no que diz respeito ao cumprimento das regras e recomendações de higiene e segurança. É necessário dar tempo ao tempo e compreender que neste período haja um decréscimo na procura e nas visitas, pois as pessoas estão receosas não só com a questão sanitária, mas também com o real impacto económico que esta pandemia poderá ter nas suas vidas. Mas devemos estar otimistas. Temos uma oportunidade da dinamização do mercado de arrendamento e do investimento para este setor (que se estima que cresça) e também uma janela de oportunidade na captação de não residentes para Portugal, que não sendo imediata poderá ser promovida pela generalização do teletrabalho e pela segurança que o País tem transmitido pela forma como está a lidar com esta crise sanitária” afirmou ainda,
E os sinais indicam que os invesidores estrangeiros estão atentos. “Há sinais positivos que foram transmitidos pelo setor financeiro ao mais alto nível, de que o “milagre português” na gestão da questão sanitária tem despertado o interesse dos estrangeiros em investir em Portugal, estando aqui uma porta aberta para conseguirmos agregar algum investimento que poderia estar dirigido para Espanha ou Itália” sublinhou Luís Lima.
O Inquérito realizado on-line, decorreu entre 28 de abril e 4 de maio, e contou com a participação de cerca de 4000 empresas de mediação imobiliária licenciadas a operar em Portugal.