Em Caracas, a capital da Venezuela, há pessoas que passam horas em filas, à espera da sua vez, para conseguir encher uma garrafa de oxigénio.
Esta recarga pode custar entre 4 a 25 euros por dia, uma quantia difícil de assumir para os venezuelanos, cujo salário médio é de 46 euros por mês, de acordo com um índice recente do Observatório de Finanças da Venezuela. Mesmo assim, para os venezuelanos, a assistência em casa continua a ser a melhor opção para tratar pacientes com Covid-19, já que o orçamento para ir a uma clínica ultrapassa os 500 dólares por dia.
E se há quem passe horas em filas para encher as garrafas, outros percorrem, desde o início da manhã, os estabelecimentos de Caracas à procura de quem ainda tenha oxigénio para vender.
“Se eu não conseguisse o refil às 8h ou 9h da manhã, o oxigénio do doente acabaria”, disse Junior Gee à Voz da America (Voice of America, VOA, o serviço oficial de radiodifusão internacional financiado pelo Governo dos Estados Unidos). Há mais de uma semana que Gee segue a mesma rotina: sai de casa às 4 da manhã para recarregar a botija de oxigénio, essencial para um parente infetado com Covid-19.
Segundo a VOA, o governo venezuelano reuniu-se com fornecedores de oxigénio para rever os seus preços, já que com a segunda onda de infeções por Covid-19, os pedidos triplicaram e as vagas nos centros de saúde são limitadas.
Desde o início da pandemia, a Venezuela registou 1 853 mortes e quase 180 mil casos confirmados de Covid-19.