Olhemos para os números: o Twitch tem, em qualquer momento a que se aceda à plataforma, uma audiência média de um milhão de utilizadores; e o Netflix, que está disponível globalmente em 190 países, possui 137 milhões de membros. Dados a que se junta a tendência de crescimento de ambas e que deve ser um fator de preocupação para a “velhinha” televisão linear.
Tanto o Netflix como o Twitch estiveram presentes em conferências no Web Summit num lotadíssimo espaço Content Makers a apresentar argumentos de como as suas empresas têm razões para sorrir no futuro. Greg Peters, Chief Product Officer da Netflix, salientou que a atribuição aos utilizadores do poder de escolha e de controlo sobre o entretenimento tem sido uma das chaves para o sucesso da companhia. A esta juntam-se outras de cariz tecnológico, como a disponibilização de conteúdos em HDR, 4K e Dolby.
Contudo, o executivo focou-se mais numa tendência emergente e na qual a Netflix irá apostar ainda mais a curto e médio prazo: a criação de séries e filmes não falados em inglês, que vem na senda dos sucessos internacionais registados com a brasileira “3%” e com a espanhola “Casa de Papel”. Assim, para breve estão já prometidas mais séries originais de geografias tão diferentes como Turquia, Polónia, França, Alemanha, Noruega, etc. A Netflix promete não descurar as vertentes de dobragem e legendagem para ajudar a fazer jus à frase de Greg Peters: «Grandes histórias podem vir de qualquer lugar e chegar a todo o lado».
Já em relação ao Twitch, Emmett Shear, CEO da empresa, refere que a plataforma continuará a estar focada no streaming de jogos, mas que começa a abrir as portas a outras formas de entretenimento. Um dos exemplos da evolução do Twitch foi o anúncio do lançamento de um jogo de karaoke desenvolvido pela própria empresa e concebido para fomentar as interações dos streamers com a comunidade.