Carros autónomos e elétricos: a tendência já se está a concretizar em realidade e levanta questões cruciais para a indústria automóvel, como o abandono de combustíveis fósseis, que estiveram em debate no palco principal da Web Summit. Marek Reichman, da Aston Martin, reconhece que a marca para a qual trabalha será das últimas a aderir à condução autónoma, porque se foca no prazer da condução, mas reconhece que ela será «inevitável».
Contudo, o desafio não é puramente tecnológico, pois também implica desafios legislativos à sociedade. Carsten Breitfeld, CEO da BYTON, destaca que dificilmente será possível ter condução autónoma de Nível 4 disponível em todo o mundo, mas que tal acontecerá brevemente em troços e geografias específicas, prevendo que a China será o primeiro país a adotar mais seriamente esta tendência.
E fará sentido no futuro continuar a querer ter um automóvel? Martin Hofmann, CIO da Volkswagen, salienta que pessoas que procuram deslocações e veículos simples terão à disposição modelos de negócio alternativos à necessidade de comprar um carro, mas que tal não acontecerá com veículos de luxo, dando o exemplo da Austin Martin. Marek Reichman reforça esta ideia com uma comparação: com o crescimento exponencial do MP3, o valor da vinil cresceu. Ou seja, os carros autónomos tornarão os Aston Martin mais valiosos, algo que já se reflete nos dias de hoje, em que a marca vende menos carros mas mais caros.
Quando desafiados a fazer um cenário de como será o futuro em cinco anos, os oradores foram unânimes em considerar que se está a viver uma fase de mudança e que os sistemas de segurança que estão a ser desenvolvidos permitirão criar uma sociedade melhor. A mobilidade partilhada e a variedade de modelos de negócio à disposição dos consumidores foram outras duas grandes tendências apontadas.