David Marcus tem como cargo a direção do Messenger do Facebook, mas é também o que de mais parecido existe com um “pastor” de chatbots. No Facebook, o executivo encontrou forma de mostrar que as máquinas até podem ser tão ou mais eficientes quando se trata de comunicar com humanos. O Messenger, o serviço que chega a ter taxas de penetração de 90% nos países nos países que não são dominados pelo WhatsApp, está pronto para dar novo impulso ao software especializado que compreende texto escrito e apresenta respostas autonomamente dentro de determinadas temáticas: Hoje, às 16h00 o sistema de mensagens do Facebook conhece nova expansão, permitindo criar conversações a partir de links que até podem ser encontrados fora do… Facebook.
Numa reunião agendada com jornalistas portugueses por ocasião da Web Summit, Marcus recordou os casos de sucesso que a nova funcionalidade do Messenger já começou a granjear em diferentes serviços: A marca de vodka Absolute conseguiu colocar seis milhões de pessoas a dialogar por escrito com chatbots; (em vez de os encaminhar para um site promocional); a Meetic francesa logrou uma taxa de conversão de clientes 30% superior com o redirecionamento de internautas para conversações com chatbots (mais uma vez por oposição às taxas de conversão registadas nos sites tradicionais).
David Marcus dá uma ideia do potencial dos sistemas de mensagens face a outros serviços de atendimento e assistência técnica: «posso enviar uma mensagem a dizer que perdi o avião, sendo que eles (a companhia aérea ou agência de viagens) têm já todos os meus dados na rede social que necessitam para fazer o reagendamento». É um novo modo de vida, garante o executivo do Facebook: «O sistema de mensagens tem a vantagem de permitir que eu pergunte alguma coisa sem me ocupar o tempo todo à espera da resposta».
O novo serviço vai estrear com algumas restrições: depois de iniciada a primeira comunicação, cada marca tem apenas 24 horas acrescidas de uma frase extra fora de prazo para “meter conversa” ou estender o diálogo. Nenhuma marca deverá ter acesso à informação de conversações levadas a cabo por outras. «O utilizador tem sempre o controlo do serviço de Messenger», refere.
Apesar de já contar com um total de 33 mil produtores de conteúdos, de incluir até sistemas de pagamento e até poder funcionar de forma autónoma, David Marcus afasta a hipótese de alguma vez o Messenger deixar de exigir o registo no Facebook ou de simplesmente se tornar um produto independente. Até porque o Messenger deverá funcionar como destino da publicidade que se encontra no Facebook.