Os Sistemas Operativos (S.O.) também conhecidos por Firmware são parte integrante de qualquer equipamento digital. A sua importância é de fazer a gestão dos recursos do hardware disponibilizando-os para as aplicações. O Firmware difere dos S.O. essencialmente por não ter uma interface para o utilizador (no caso de ter, é muito rudimentar) permitindo utilizar o dispositivo digital com todas as suas funcionalidades.
Todos os equipamentos digitais têm de ter um S.O./Firmware para fazer uso das suas capacidades… ou talvez não! Nem sempre foi assim, nos primórdios da computação não havia S.O. apenas havia uma ROM (Read Only Memory) que acedia ao hardware fazendo a ponte para o software. Isto é, a própria aplicação fazia a gestão dos recursos disponíveis do computador, obrigando o programador a conhecer em detalhe esses recursos e a forma de os programar. A dada altura surgiu o S.O. que trata dessa parte técnica fazendo a ligação entre o hardware e software, disponibilizando um acesso simplificado aos recursos, libertando os programadores para um maior foco na aplicação e menos na máquina. Hoje em dia estes profissionais não precisam conhecer o equipamento para o qual desenvolvem as suas aplicações, apenas precisam de saber os recursos disponíveis e como usá-los.
São cada vez mais os S.O. existentes tornando-se difícil de conhecer ao certo a quantidade dessa variedade. Como por exemplo, as muitas distribuições de Linux, Unix, Windows, MacOS, S.O. proprietários das empresas, ou deliberadamente desenvolvidos para um fim específico. De um ponto de vista genérico, eles são incompatíveis entre si ou têm algum nível de incompatibilidade. Esta volatilidade gera vários problemas como a fiabilidade das aplicações, segurança, manutenção e suporte por técnicos especializados.
O mercado de desenvolvimento de aplicações tem muitas vezes de desenvolver o mesmo programa para os diferentes S.O. Veja-se os videojogos em que o software desenvolvido para XBox não funciona diretamente na Playstation. O software tem de ser migrado para outra plataforma, adicionando um esforço e custos adicionais, que tem como intenção de chegar a um maior número de plataformas diferentes.
A interoperabilidade também é um resultado da diversidade de S.O. É frequente uma organização ter vários (Windows e Linux) cada um com as suas aplicações e recursos que precisam ser partilhados. Por exemplo, uma aplicação em funcionamento pode precisar de recursos que estão disponíveis em outra plataforma com um S.O. diferente. Para esta situação é necessário desenvolver softwares intermediários que permitam essa comunicação. Outro cenário é a transferência de dados entre S.O. incompatíveis obrigando que estes sejam tratados para poderem integrar em um outro sistema diferente.
O surgimento da Internet, fez emergir os browsers que facilitam a sua utilização. Com a adição dos demais serviços via web, esta passou a ser dominante, ao ponto de se fazer tudo através destes programas de acesso à rede global. Se uma determinada aplicação corre dentro do browser, significa que o mesmo programa se desenvolve nas diferentes plataformas que tenha o respetivo explorador instalado. Aos poucos, o browser começa a substituir as funcionalidades de um S.O. gerindo os recursos do hardware ao mesmo tempo que oferece uma interface que o utilizador já está habituado. Isto significa que ele próprio, pode ser um sistema que funciona em qualquer plataforma, sem configurações nem instalações complicadas.
No dia-a-dia de trabalho, grande parte do que se faz no computador é precisamente dentro de um browser e se apenas o tiver instalado, consegue-se realizar todo o trabalho necessário, fazendo uso de ferramentas como Office365, Zoom, Teams, Visual Studio ou qualquer outra aplicação desenvolvida para a Web. Note-se que no teletrabalho tudo acontece no browser passando este a ser uma plataforma fundamental.
Os S.O. estão a convergir, uniformizando as funcionalidades oferecidas aos utilizadores. Veja-se o caso do “split screen” – divisão do ecrã ao meio permitindo correr duas aplicações lado-a-lado, que está presente em Android, Windows, iOS, iPadOS. Esta convergência poderá levar a uma solução única de sistemas operativos: S.O. universal. Por outro lado, pode não haver um futuro para os S.O., pelo facto de ser preciso diminuir a volatilidade e em conjunto com a intenção do utilizador final que tem um desinteresse total pelo mesmo, focando-se mais nas aplicações que necessita usar, estando estas disponíveis na Cloud e acessíveis por um explorador da Internet. Desta forma o browser passa a ser o S.O. de qualquer equipamento digital.
No futuro a longo prazo, haverá um único S.O. universal ou simplesmente deixará de haver sistemas operativos que serão substituídos por um browser da internet?