Se da próxima vez que estiver numa videochamada através do Zoom vir uma personalidade a entrar nessa reunião, então um dos seus colegas pode estar a usar a ferramenta Avatarify. Criada pelo programador Ali Aliev, permite que qualquer utilizador possa substituir o rosto, em tempo real, por um de uma figura conhecida.
O sistema recorre a tecnologias que permitem a criação de deepfakes, técnicas de manipulação de imagem alimentadas por mecanismos de inteligência artificial. Para o Avatarify, o programador tirou partido do sistema de manipulação sintética chamado First Order Motion Model for Image Animation e que foi criado em conjunto por investigadores da Universidade de Trento, em Itália, e da empresa Snap Inc., mais conhecida pela aplicação Snapchat.
A novidade deste sistema relativamente a outras ferramentas de criação de deepfakes é que não precisa de treino prévio para ‘misturar’ a cara de uma fotografia com a cara de um vídeo. “Desenvolver um protótipo foi uma questão de horas e decidi brincar com os meus colegas com quem tenho uma chamada de Zoom todas as segundas-feiras. E resultou. Como são todos engenheiros e investigadores, a primeira reação foi a curiosidade e rapidamente começamos a testar o protótipo”, conta Ali Aliev à publicação Vice. Em baixo pode ver um exemplo da tecnologia em ação.
O Avatarify está disponível no repositório de código Github, mas o sistema não está, ainda, pensado para uma utilização massiva. Além da configuração exigir conhecimentos de programação, também é necessário ter um computador com uma placa gráfica relativamente potente para que o resultado seja convincente. De acordo com a informação técnica disponibilizada, uma Nvidia GTX 1080 Ti permite executar a renderização a 33 frames por segundo (fps), enquanto uma GTX 1070 já só permite a 15 fps. Quem tiver um MacBook Pro de 2018 só vai conseguir executar o Avatarify a 1 frame por segundo.
Além de funcionar no serviço de videoconferências Zoom, o Avatarify também pode ser usado no Skype. “Requer um computador potente de videojogos para funcionar sem falhas, mas pensamos que a otimização para portáteis é apenas uma questão de tempo”, sublinhou o programador sobre a evolução do projeto.