A Comissão Europeia (CE) recomendou aos funcionários a utilização da aplicação de comunicação encriptada Signal como uma forma de melhorar a segurança das conversas entre trabalhadores e também com elementos fora da instituição. A mensagem foi publicada num forum interno da CE, de acordo com a publicação Politico.
“A Signal foi selecionada como a aplicação recomendada para mensagens instantâneas públicas”, disse a Comissão Europeia aos funcionários no início de fevereiro.
Ainda de acordo com a publicação, a decisão terá sido tomada depois de uma série de incidentes de segurança informática que envolveram diplomatas e representantes da comissão Europeia, o que levou a instituição a procurar novas soluções para melhorar a cibersegurança.
A Signal é uma aplicação de mensagens instantâneas com encriptação ponto-a-ponto. Desenvolvida pela Signal Foundation, o protocolo de encriptação é aberto (open source) e por isso pode receber contribuições e escrutínio da comunidade de programadores. É a tecnologia da Signal Foundation que está na base do protocolo de comunicação encriptada que é usado pelo WhatsApp, a mais utilizada aplicação de mensagens instantâneas do mundo com dois mil milhões de utilizadores.
Apesar do grande número de utilizadores e funcionalidades, o WhatsApp tem estado envolvido em casos polémicos de privacidade: terá sido através da aplicação que Jeff Bezos, diretor executivo da Amazon, foi espiado; e foram encontrados problemas de segurança na aplicação que permitiam, através de GIF e de chamadas telefónicas, ter acesso às conversas dos utilizadores. O WhatsApp, também por fazer parte do universo de empresas da Facebook, tem sido pressionado por governos e polícias de investigação para que haja um enfraquecimento dos protocolos de segurança.
A escolha da Signal por parte da Comissão Europeia acontece numa altura em que a a plataforma de comunicação pretende ganhar um novo ímpeto. Graças a um financiamento de 50 milhões de dólares de Brian Acton, um dos cofundadores do WhatsApp que entretanto abandonou a empresa, a Signal passou de uma equipa de cinco para 20 programadores a tempo inteiro e também desenvolveu funcionalidades para tornar a aplicação mais acessível e com mais funcionalidades – só nos últimos três meses passou a estar disponível para iPad, a suportar imagens e vídeos que desaparecem ao fim de algum tempo, tem integração de emoji e também de autocolantes, como revelou uma notícia da Wired.