Na terça-feira, quando se iniciar a conferência I/O, a Google ficará em posição de jogar um novo trunfo na disputa do mercado tecnológico: uma spinoff do Android dedicado à gestão e à troca de informação com um sem número de máquinas e equipamentos que não “cabem” nas categorias de telemóveis, tablets ou computadores. Android Things é o nome desta nova variante do sistema operativo da Google que deverá recorrer à tecnologia Google Assistant para criar novas formas de interação com robôs, ares condicionados, máquinas de venda automática, ou caixas registadoras, informa a Reuters.
O Android Things pretende funcionar como um interface de desenvolvimento de novas funcionalidades e gestão de equipamentos variados, mas é também uma tentativa notória da gigante de Mountain View em liderar o desenvolvimento de um ecossistema que, como sucedeu nos telemóveis, poderá levar à proliferação de aplicações especializadas.
A Google pretende captar marcas de hardware e software para o Android Things oferecendo uma garantia de três anos com patches de segurança gratuitos e, eventualmente, scans de segurança.
A gigante da Internet não é a única empresa que já está a explorar o novo filão da gestão de equipamentos e objetos conectados: a Amazon, com o serviço Greengrass, e a Microsoft, com o Windows IoT, são os mais concorrentes que se perfilam aos planos de expansão da Google neste segmento.
Em contrapartida, a própria política de distribuição da Google também poderá funcionar como um obstáculo. Uma vez que o Android tem vindo a ser disponibilizado livre e gratuitamente, a Google acabou por perder grande parte do controlo exercido sobre variantes como o Android Automotive, Android Wear OS ou Android TV. O que limita o desenvolvimento de fontes de receita e a comercialização de apps.