Pedro Fortuna, diretor de Tecnologias da Auditmark, confessa que nem mesmo a recém-lançada terceira versão do JScrambler é infalível. «Não é impossível reverter os códigos ofuscados, mas o JScrambler torna esse processo em algo extremamente demorado. Quando essa pessoa tiver conseguido fazer a reversão provavelmente já o código deixou de ser usado ou beneficiou de uma atualização», explica o responsável da empresa sedeada no parque tecnológico UPTEC, no Porto.
Ao converter códigos de Javascript e HTML para símbolos sem significado, o JScrambler impede que os humanos consigam compreendê-lo, mas não impede que os browsers façam a “leitura” e executem as funções previstas. É com base nesta técnica que dá pelo nome de ofuscação que a Auditmark tenho ganho quota de mercado em várias frentes: «O Jscrambler não é só usado apenas com funções de segurança, que evitam ataques a sites. Também pode ser usado para evitar cópias ilegais de serviços na Internet, sejam eles feitos por indivíduos ou por empresas concorrentes. E também pode ser usado como um mecanismo acionado por uma softwarehouse que quer garantir que uma tecnologia não é usada depois do prazo definido pela licença», descreve Pedro Fortuna.
Além da ofuscar, o JScrambler está apto a otimizar códigos, a fim de acelerar a execução de serviços e funcionalidades disponíveis na Net. Além de códigos de teste, a versão mais recente da solução também dispõe de funcionalidades que eliminam automaticamente os denominados “códigos mortos”, que comprovadamente, já não são usados por um determinado serviço.
Ainda nas novidades do JScrambler 3, destaque para uma modalidade de appliance que permite que toda a plataforma seja usada com autonomia total e sem qualquer intervenção dos servidores da Auditmark.
A nova versão do JScrambler está a ser disponibilizada com preços que variam entre 30 e 99 euros. No caso da modalidade appliance, o custo é negociado consoante cada cenário. A ferramenta tem o raio de ação circunscrito ao Javascript, HTML, HTML5 e WebGL. Além de sites, a ofuscação/otimização de códigos pode ser aplicada em jogos baseados na Web ou apps para telemóveis.
Atualmente, a solução é usada por bancos, softwarehouses, gestores de sites, produtores de leitores de PDF, ebooks, empresas de segurança eletrónica e também grandes empresas que apenas pretendem evitar a injeção de códigos maliciosos ou cópias de concorrentes. O diretor da Auditmark não refere quantas empresas ou entidades usam o JScrambler – apenas refere que a solução é usada atualmente em106 países.
Numa altura em que a Web tende expandir a todos os setores da sociedade, a ofuscação é apontada como um filão em crescendo: «Funciona como uma camada de segurança adicional, que garante que não há interferência nos códigos», conclui Pedro Fortuna.