A necessidade de ter cada vez mais chips e hardware para suportar as soluções de Inteligência Artificial leva a OpenAI a explorar várias opções. Por agora, parece ter sido suspensa a hipótese de construir as suas próprias fábricas, como tinha sido noticiado recentemente. A empresa está a trabalhar com a Broadcom e com a TSMC para produzir o primeiro chip in-house personalizado para os seus sistemas de IA. Além desta parceria a OpenAI vai continuar a contar com o fornecimento da AMD e da Nvidia para fazer face às necessidades.
Os planos ambiciosos de construir a sua própria rede de fábricas implicam um investimento financeiro elevado e precisariam de tempo até começarem a produzir resultados, pelo que a decisão agora é de apostar em parceiros que já têm as instalações e o conhecimento para desenhar e produzir os chips.
Uma vez que a OpenAI é um dos maiores clientes deste segmento, a decisão de manter um fluxo misto, de produção própria e encomenda a fornecedores, pode vir a mudar a forma como a indústria se comporta, com Meta, Amazon, Google e Microsoft a poderem ter de vir a adaptar-se. As ações da Broadcom e da AMD valorizaram ontem, ao terem sido tornadas públicas estas notícias.
A OpenAI estará, segundo a Reuters, a trabalhar há meses com a Broadcom para desenvolver os primeiros chips de IA focados na inferência, ou seja, na aplicação de sistemas inteligentes para fazer previsões ou tomar decisões com base em novas informações. Apesar de nesta fase a exigência por chips para treino de sistemas ser maior, a expetativa dos analistas é que em breve a necessidade de chips para inferência aumente e ultrapasse.
A OpenAI tem atualmente uma equipa de 20 pessoas, incluindo engenheiros de topo que ajudaram a desenvolver os chips TPU da Google como Richard Ho ou Thomas Norri, a trabalhar nestes chips e está a equacionar se deve aumentar o grupo ou mesmo recorrer a outros parceiros. A empresa já assegurou, através da Broadcom, a capacidade de produção da TSMC para os primeiros chips personalizados em 2026.
A Nvidia detém atualmente 80% de quota deste mercado, mas os desafios ligados à produção e os aumentos de custos têm levado os clientes como a Microsoft, Meta e agora OpenAI a estudar alternativas de fornecimento.