A Dji, popular fabricante chinesa de drones, recusa o termo “empresa militar chinesa” com que foi ‘carimbada’ pelo Departamento de Defesa dos EUA. A fabricante afirma, no processo que deu entrada no tribunal, que “não é detida, nem controlada pelos militares da China” e descreve-se como “o maior vendedor, detido por privados, de drones de consumo e comerciais”. A empresa lista forças de emergência, bombeiros, polícias e consumidores privados como os seus principais clientes.
A recusa da Dji em ser conotada com uma parte do exército da China prende-se com a perda de negócio que tem vindo a registar por ter sido considerada, pelo Pentágono, como uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Além de ter visto contratos a serem terminados, a empresa tem vindo a ver várias agências federais dos EUA a recusarem firmar novos acordos.
Antes de avançar para os tribunais, a Dji terá tentado contactar diretamente o Departamento de Defesa nos últimos 16 meses, tendo apresentado uma petição exaustiva em julho de 2023 para ver esta classificação alterada. Em janeiro de 2024, o Departamento reiterou a classificação, sem a ter justificado à Dji e só o fez depois de a empresa ter informado que iria recorrer à via judicial, conta o Engadget.
A DJI pretende que o tribunal lhe dê razão, declare as ações do Departamento como inconstitucionais e obrigue à revisão desta classificação.
Recorde-se que, nos últimos anos, a Dji tem vindo a ser ‘empurrada’ por vários Departamentos nos EUA, com o do Comércio a colocá-la numa lista de entidades sob observação e com o do Tesouro a referir que os seus drones estão a ser usados na vigilância dos Uyghur. Agora, a empresa revelou que os seus drones estão a ser retidos na alfandega dos EUA por estarem, alegadamente, a violar normas de trabalho forçado dos Uyghur.