A Meta vai treinar os seus modelos de linguagem de grande escala (LLMs, na sigla em inglês) Llama na Europa com conteúdos que os utilizadores optaram por partilhar publicamente nas redes sociais Facebook e Instagram. O plano é incorporar em breve estes conteúdos nos dados que são usados para ‘alimentar’ os modelos de Inteligência Artificial.
Apesar das precauções devido à forte regulamentação europeia no que toca a privacidade e transparência, a Meta explica numa publicação no seu blog oficial que vai usar apenas as publicações que os utilizadores autorizaram que fossem partilhadas e que a abordagem está em linha com a forma como trata os dados que usa para alimentar os modelos de IA em todo o mundo. A empresa esclarece também que não vai usar conteúdo como mensagens privadas, nem conteúdo vindo de contas cujos utilizadores têm menos de 18 anos, para treinar os seus sistemas de IA.
A Meta afirma que se não treinar os seus modelos com conteúdo público que utilizadores europeus partilham nos seus serviços, os mesmos, e as funcionalidades de IA que os usam, não serão capazes de compreender com maior exatidão os idiomas regionais, culturas e tópicos em tendência nas redes sociais.
A tecnológica realça também que não é a primeira empresa a fazer isto e que está a seguir o exemplo de outras, incluindo da Google e da OpenAI, que já usaram dados de utilizadores europeus para treinar os seus sistemas de IA.
Em abril, quando a Meta começou a disponibilizar as versões mais recentes dos modelos Llama, a empresa tinha confirmado que estava a “trabalhar na forma certa de fazer isto na Europa”, referindo-se à integração das publicações disponíveis publicamente, noticia a Reuters.
No mês passado, o grupo revelou que começaria a notificar os utilizadores de Facebook e Meta na União Europeia e Reino Unido acerca de como está a usar a informação pública partilhada no Meta para ‘alimentar’, desenvolver e melhorar os seus algoritmos de Inteligência Artificial.
Em resposta à decisão, o grupo de defesa da privacidade NOYB (de None Of Your Business) apresentou queixa contra a Meta junto das autoridades de proteção de dados de 11 países (Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Grécia, Itália, Irlanda, Países Baixos, Noruega, Polónia e Espanha), defendendo que a Meta tem de obter o consentimento explícito autorizado pelos utilizadores.