Elon Musk terá ordenado aos funcionários da SpaceX para encerrarem o acesso à rede Starlink na zona próxima da costa da Crimeia numa altura em que a Ucrânia preparava um ataque com drones a navios russos aí ancorados. Essa decisão terá causado depois a perda de vidas humanas, uma vez que os navios dispararam posteriormente mísseis contra cidades ucranianas. A informação faz parte da biografia escrita por Walter Isaacson sobre Elon Musk que será lançada em breve e à qual a CNN já teve acesso a excertos.
A acusação foi feita, logo na altura, pelo conselheiro do presidente Zelensky, Mykhailo Podolyak, no Twitter, agora X: “como resultado [de ter impedido o uso da Starlink para coordenar o ataque com drones], civis, crianças estão a ser mortos. É o preço de um cocktail de ignorância e um ego grande”.
No livro, escreve-se que Musk estaria em contacto com oficiais russos, incluindo com o presidente Putin, e que terá receado que o ataque ucraniano desencadeasse uma resposta nuclear da Rússia e tornasse a SpaceX cúmplice de um ato de guerra.
Numa reação publicada agora no Twitter, Musk escreve que a Starlink não estava ativa naquela região, pelo que não havia nada para bloquear. “Houve um pedido de emergência por parte das entidades governamentais para ativar a Starlink até Sevastopol. A intenção óbvia era afundar a maior parte da frota russa. Se tivesse acedido ao pedido, a SpaceX tornar-se-ia explicitamente cúmplice num grande ato de guerra e na escalação do conflito”.
Toda a situação, independentemente de quem tenha razão, mostra que a Starlink está a desempenhar um papel importante no conflito na Ucrânia.