Menos de um em quatro países têm legislação sobre o uso de telemóveis dentro das escolas ou políticas que proíbam estes aparelhos em contexto escolar. A UNESCO alerta agora que o uso de aparelhos móveis pode conduzir a distrações, colocar em perigo a privacidade dos alunos e levar a mais casos de ciberbullying.
O autor do 2023 Global Education Monitor, Manos Atnoninis, refere ter encontrado exemplos de que os smartphones distraem os alunos da aprendizagem e aumentam o risco de privacidade, recomendando que “só a tecnologia que ajude no ensino tem lugar na escola”. Os países devem ter melhores orientações sobre que tipo de tecnologia pode entrar na escola, defende o autor.
No Reino Unido, apesar da proposta do anterior secretário da Educação, Gavin Williamson, no sentido de banir os telefones nas escolas, o Departamento de Educação emitiu orientações no sentido de dar autonomia aos diretores das escolas para decidir sobre a proibição ou autorização destes aparelhos, noticia a BBC.
Noutro exemplo, desde 2017, no Bangladesh, alunos e professores estão proibidos de levar telemóveis para dentro das salas de aula. Em França, também está em vigor uma proibição, com exceção para certos grupos de alunos, como os que têm incapacidades ou necessidades especiais. Nos Países Baixos, também se afigura como bastante provável a entrada em vigor da proibição já a partir do próximo ano.
Também no Reino Unido, Sarah Hannafin, responsável de políticas no sindicado de diretores de escolas, defende que a proibição pode levar os alunos a adotar comportamentos mais furtivos e esconder problemas do staff e que “há razões práticas para os alunos precisarem de telefones, como quando estão a viajar de e para a escola (…) As escolas individualmente conhecem os seus alunos e comunidades e estão mais bem colocadas para desenvolver as suas próprias políticas no que diz respeito aos telefones”.