Uma foto de Bill Gates, anafadinho e usando um fato escuro brilhante, sentado ao lado do primeiro diretor da Microsoft portuguesa, Rodrigo Costa, marcou o início da apresentação aos jornalistas dos resultados de um estudo feito pela consultora Ernest & Young (EY). Encomendado pela tecnológica, o trabalho avaliou o impacto social e económico do Ecossistema Microsoft no País, sendo que a sessão serviu também de pretexto para o atual Diretor Geral da Microsoft Portugal, Andres Ortolá, fazer uma espécie de balanço dos 33 anos de presença da empresa em território nacional.
Os três funcionários na altura da visita do fundador transformaram-se em 1500 e o impacto na economia traduz-se em 2,4% do PIB. Referente ao último ano fiscal, mediu-se o impacto, direto e indireto, tendo sido estimado um valor económico na ordem dos 4,9 mil milhões de euros. Com uma rede de parceiros que ascende aos quatro mil, atualmente, o estudo refere ainda que o ecossistema foi responsável por gerar cerca de 28 mil postos de trabalho, “o que até a nós surpreendeu”, admitiu o EY-Parthenon, Hermano Rodrigues, justificando com o “efeito estrutural” das ferramentas.
De todas os elementos do Ecossistema, houve lugar a um especial destaque para o Teams que sofreu um “impulso enorme”, durante os anos de pandemia. “Se analisarmos os ganhos de produtividade globais associados à utilização do Teams nas empresas portuguesas, o valor ronda igualmente os 1,7 mil milhões de euros”, detalha-se no comunicado distribuído aos jornalistas. Um impacto que também se pode medir, indiretamente, através do crescimento no número de parceiros da Microsoft Portugal, entre 2018 e 2022, que está na ordem dos 33% por cento. No global, por cada euro investido em soluções Microsoft, os parceiros ganham 8,80 euros, em particular com ganhos de produtividade pela automatização de processos, redução dos riscos de segurança e de custos de gestão e armazenamento.
A expectativa na empresa é a de que dentro de apenas dois ou três anos o estudo já esteja bastante desatualizado, tendo em conta a generalização do recurso a ferramentas de Inteligência Artificial, como o Copilot, integrado nas aplicações de produtividade do Microsoft 365. “O que faz sentido é repetir o estudo daqui a uns dois ou três anos, em vez de olharmos só para o hype em torno da IA que estamos a viver”, disse Manuel Dias, National Technology Officer da empresa, para quem “o ganho de produtividade será no mínimo o equivalente ao do Teams”, estimado em 1,25 horas por semana.
A metodologia usada no trabalhou é conhecida por “input – output”, originalmente proposta pelo Prémio Nobel Wassily Leontief, centrando-se nas relações intersectoriais e efeitos de arrastamento das principais atividades económicas e nos efeitos induzidos adicionais, explica-se no comunicado.