As ações da Tesla perderam metade do seu valor desde outubro. Uma nova evidência da desvalorização registou-se nesta semana, com as ações a chegarem ao valor mais baixo desde há dois anos e o pior dia da empresa nos mercados nos últimos oito meses. Os investidores receiam que a liderança de Elon Musk no Twitter e as constantes decisões polémicas estejam a retirar o foco do executivo na gestão da fabricante automóvel.
Elon Musk já fez saber que irá respeitar os resultados da sondagem que indicam que deve abandonar a liderança da Twitter. Musk admite que o fará assim que encontrar quem possa estar à altura do cargo. Na Tesla, os investidores não parecem estar com vontade de esperar e este comportamento errático do executivo levou as ações a desvalorizarem 73% face ao que se registava em novembro de 2021, lembra o The Guardian.
As perdas de 11,4% desta semana surgem também numa altura em que a Reuters noticia que a Tesla se prepara para reduzir a produção na fábrica de Xangai e assistimos a um aumento do número de infeções por Covid-19 na China, o que pode trazer outros impactos nas fábricas. O presidente da Great Hill Capital, Thomas Hayes, conta que as ações da Tesla estão no centro da “tempestade perfeita” com taxas de juro elevadas e vendas de ações por parte de fundos que detêm volumes significativos.
O próprio Musk, recorde-se, vendeu ações suas da Tesla no valor de quatro mil milhões de dólares para financiar a compra da Twitter, mas já se comprometeu a não vender mais “pelo menos durante os próximos 18 a 24 meses”. No entanto, o executivo também tinha feito promessas semelhantes em abril de 2022.