Agentes da polícia chinesa estão a parar civis em vários locais de Xangai, Pequim e Hangzhou e exigem ver o telemóvel do cidadão. As autoridades estão à procura de quem esteja a utilizar aplicações banidas pelo governo de Pequim, como Instagram, Twitter ou mesmo a app de mensagens encriptadas Telegram. A polícia pretende conter esta utilização, uma vez que estas apps estarão a ser usadas para comunicação e organização de manifestações e protestos na China.
O Tech Crunch e o The Washington Post noticiam que os utilizadores estão a aceder às aplicações proibidas por meio de VPNs com o intuito de organizar protestos contra as restrições trazidas pela política Covid-zero que Pequim pretende ver instituída. Nas redes sociais e plataformas aprovadas, as publicações sobre os protestos são bastante censuradas e há contas, alegadamente controladas pelo governo ou por hackers a soldo deste, que publicam spam que pretende tirar visibilidade às mensagens legítimas.
William Yang, o correspondente da alemã DW News, conta no Twitter que as autoridades estão a registar os dados pessoais de todos os que são apanhados com as apps ‘estrangeiras’. “Caso encontrem resistência, a Polícia defende que pode prender a pessoa”, cita o The Verge. As paragens de pessoas estão a acontecer por todo o lado, desde estações de comboios, paragens de autocarros e entradas de centros comerciais, com os civis a terem mesmo de apagar fotografias dos protestos nos seus telemóveis.
Os protestos foram desencadeados pela morte de 10 pessoas na sequência de um incêndio num prédio de apartamentos em Xinjiang, com algumas pessoas a defender que as medidas contra a Covid-19 impediram a resposta atempada por parte das brigadas de emergência.