Com um algoritmo que avalia o texto, o Twitter passou a sugerir aos utilizadores, desde 2020, que revissem as publicações que pudessem ser consideradas ofensivas ou agressivas pelos outros utilizadores. Agora, um estudo da Yale Law School conclui que esta abordagem, com a pergunta “quer rever isto antes de publicar?” tem dado frutos e que os utilizadores são convencidos a mudar o comportamento. Mais ainda, o estudo de Matthew Katsaros revela que a alteração do comportamento tende a manter-se mesmo depois de a sugestão de revisão ser apresentada.
“Descobrimos que, em cada 100 tuítes em que os utilizadores receberam a mensagem para considerar a revisão, as seguintes ações foram tomadas: 69 foram enviados sem revisão, 9 foram cancelados e 22 foram revistos”, cita o The Guardian. Dos 22 revistos, apenas um foi rescrito para ser ainda mais ofensivo, com um terço dos restantes a terem sido rescritos para serem mais agradáveis.
Outra conclusão interessante é que, nos utilizadores que receberam a sugestão de revisão, a taxa de incidência de ofensas repetidas é 20% inferior à daqueles que não recebem o ‘alerta’, permitindo concluir que depois da mensagem desencadeada pelo Twitter, os utilizadores tendem a refrear o comportamento e a linguagem.
“Ao reduzir o número de tuítes nocivos e ofensivos que um utilizador envia, também é reduzido o número de tuítes ofensivos que recebem…. Quando um utilizador torna uma conversa negativa, ou quando estendem uma thread já negativa, a resposta tende a ser uma nova raiz para outros utilizadores contribuírem de forma negativa”, conclui o estudo.
A experiência do Twitter tem sido bem recebida pelos analistas e especialistas de redes sociais, com Ryan Broderick, por exemplo, do Garbage Day, a afirmar que “parece que mesmo que se faça apenas um mínimo, conseguimos suavizar significativamente a forma como os utilizadores mais agressivos do Twitter se tratam uns aos outros”.