No âmbito da discussão de uma série de medidas para aumentar a sustentabilidade de produtos eletrónicos na Europa, os membros do Parlamento Europeu aprovaram, com 42 votos a favor e 2 contra, uma medida que visa tornar a porta USB-C o standard de carregamento para dispositivos eletrónicos de pequena e média dimensão.
Nesta categoria estão incluídos telemóveis, tablets, câmaras digitais, auscultadores e headsets, consolas portáteis e colunas portáteis, independentemente do fabricante. E o objetivo é chegar aos computadores portáteis a seguir. De fora ficam os equipamentos que são demasiado pequenos para uma porta USB-C, como smartwatches, trackers de saúde e outros dispositivos ligados a desporto.
O objetivo da medida é promover a sustentabilidade e reduzir a produção de lixo eletrónico. É que a implementação desta medida significa que os utilizadores apenas precisariam de um carregador e um cabo para diferentes dispositivos, poupando o ambiente e a carteira dos consumidores.
A União Europeia pretende ainda que as caixas dos produtos passem a ter uma indicação clara se trazem ou não o carregador no interior para que o consumidor possa tomar uma decisão consciente no momento da compra, refere o ZDNet.
Na teoria, esta medida afetará principalmente a Apple, que recorre a uma porta Lighting, já que a maioria dos dispositivos Android já adotou o USB-C. Curiosamente, foi precisamente a Apple que começou por deixar de incluir carregadores nos seus iPhones mais recentes com o pretexto de evitar a criação de lixo eletrónico. Pouco depois, a Samsung seguiu o mesmo caminho.
“Com 500 milhões de carregadores para dispositivos móveis vendidos na Europa todos os anos, o que gera 11000 a 13000 toneladas de lixo eletrónico, um único carregador para telemóveis e outros dispositivos eletrónicos pequenos e médios iria beneficiar toda a gente”, refere Alex Agius Saliba, relator do grupo de trabalho responsável pela iniciativa. “Irá ajudar o ambiente, fomentar a reutilização de eletrónica velha, poupar dinheiro e reduzir custos desnecessários para empresas e consumidores”, acrescenta.