O Fórum Económico Mundial divulgou o relatório Future of Jobs, onde tenta projetar como será o cenário do emprego nos próximos cinco anos, tendo por base as respostas de 291 empresas, de 35 países e que empregam mais de 7,7 milhões de trabalhadores coletivamente.
A tendência é para o desemprego é de aumento, com as estimativas a apontarem para 12,6% até ao fim de 2020 e depois 8,9% no ano seguinte, enquanto no final de 2019 esteve 5% em média, segundo os dados da Organização Internacional do Trabalho. Para agravar o cenário, o FMI prevê que cerca de 15% da força de trabalho, cerca de 97 milhões de trabalhadores, possam entrar em layoff, ser despedidos ou tornados redundantes no contexto atual. Para ajustarem-se melhor às condições impostas pela pandemia, 1% das empresas admite aumentar a força de trabalho, 14% planeia reduzir permanentemente, 28% quer reduzir temporariamente, 30% vai reassignar os funcionários, enquanto 83% revela querer acelerar a automação de tarefas. Em 2025, confirma este estudo, o tempo empregue em tarefas por humanos e por máquinas deve ser semelhante.
Com a automação, apesar de se prever a eliminação de postos de trabalhos, também haverá lugar a maior necessidade para outro tipo de funções: Analistas e Cientistas de Dados, Especialistas de IA e Transformação Digital, Engenheiros de Robótica ou Especialistas em Processos de Automação. Em maior risco de desaparecimento, estão funções como operadores manuais de computadores, secretárias executivas, assistentes legais ou operadores de máquinas.
No que toca a tecnologias, prevê-se que nos próximos cinco anos se reforce a aposta em computação na nuvem, na análise de big data, na Internet das Coisas e nos dispositivos conectados, encriptação e cibersegurança e na Inteligência Artificial. Todos estes temas foram abordados por 80% ou mais das empresas inquiridas. O maior crescimento face a 2018 é na Encriptação (29%) e na computação na nuvem (17%).
Apesar de a aposta no futuro próximo passar pelo trabalho remoto e pela continuidade desta forma, 78% dos líderes espera algum impacto negativo e 22% admite mesmo um impacto negativo forte na produtividade dos trabalhadores, noticia o Vice. O cenário de pandemia terá contribuído para aprofundar as desigualdades a que já assistíamos no passado, com as populações de bairros mais pobres, mulheres e minorias a serem mais afetadas pelas condições de trabalho remoto.
Embora se assista a uma mudança de paradigma para novos tipos de trabalho, se reforce a automação e se mantenha o trabalho remoto, espera-se exista um ênfase continuado na interação humana, com apostas em marketing, vendas e produção de conteúdos e papeis importantes no segmento de prestação de cuidados.