A Nvidia confirmou neste domingo que vai avançar para a compra da ARM, num negócio avaliado em 40 mil milhões de dólares – cerca de 33,7 mil milhões de euros ao câmbio atual. Além de ser um dos maiores negócios tecnológicos de sempre, a aquisição pode dar à Nvidia uma posição dominante no segmento dos processadores para dispositivos móveis, uma área na qual a empresa tem uma presença muito modesta, e posiciona ainda mais a gigante americana como um nome incontornável no segmento da Inteligência Artificial (IA).
Segundo a imprensa internacional, o diretor executivo da Nvidia, Jensen Huang, já confirmou que apesar do negócio, pretende continuar a operar a ARM como uma empresa independente e de posicionamento agnóstico no mercado. De recordar que a ARM é uma empresa de origem britânica, que foi comprada pela japonesa Softbank em 2016 por 31 mil milhões de dólares, e que é responsável pelo desenho e desenvolvimento da arquitetura de processadores que são usados pelos principais fabricantes de chips para smartphones, como a Qualcomm, Samsung e Apple.
Assim que o negócio estiver concluído, a prioridade da Nvidia passa por levar as tecnologias da empresa – muito centradas em processamento gráfico e ferramentas de IA – à grande base de clientes que a ARM já tem. A Nvidia também quer começar a ganhar quota no mercado dos servidores. “A eficiência energética traduz-se automaticamente para capacidade de computação, para rendimento de computação e para o custo dos serviços”, sublinhou ainda o CEO.
“Estamos prestes a entrar numa fase na qual vamos criar uma internet que é milhares de vezes maior do que a internet que utilizamos atualmente. Muitas pessoas não se apercebem disto. E por isso, gostaríamos de criar uma empresa de computação para esta era da Inteligência Artificial”, disse Jensen Huang em entrevista à Forbes, já depois da aquisição ter sido confirmada.
Apesar do acordo entre as empresas, algo que já se especulava desde julho, o negócio ainda não pode ser dado como concluído. A aquisição da ARM pela Nvidia ainda terá de passar pela avaliação dos reguladores de diferentes mercados, pelo que mesmo que avance, poderá implicar a adoção de remédios (contrapartidas) por parte da Nvidia. De sublinhar também que caso o negócio avance, a antiga dona da ARM, a Softbank, vai manter uma posição de 10% na empresa de semicondutores.
Estima-se que no de 2017 foram vendidos 21 mil milhões de dispositivos equipados com chips com a arquitetura ARM em todo o mundo. Além da posição dominante nos dispositivos móveis, os processadores com arquitetura ARM prometem crescer noutros segmentos de mercado – recentemente a Apple confirmou que os computadores portáteis e desktop vão passar a usar processadores ARM e o mais potente supercomputador da atualidade também usa chips ARM.