Reguladores da concorrência e grupos de defesa de privacidade dos consumidores estão juntos no escrutínio à compra da Fitbit por 2,1 mil milhões de dólares por parte da Google. O objetivo das empresas é que o negócio estivesse concluído ainda este ano, mas estas investigações podem vir a adiar esta data.
Os concorrentes da Google e da Fitbit receberam um inquérito com mais de 60 páginas onde são questionados sobre como é que a aquisição irá influenciar o segmento da saúde digital, se outras apps de fitness ficarão em desvantagem na Google Play Store e como a Google pode vir a usar os dados dos utilizadores para proveito próprio e venda de publicidade.
O The Financial Times avança que os reguladores devem tomar uma decisão dentro de duas semanas, a 20 de julho, que poderá passar por aprovar o negócio, pedir mais concessões à Google ou abrir uma investigação completa de quatro meses para aprofundar os receios com mais tempo.
A compra da Fitbit está a ser escrutinada noutros pontos do globo, com o regulador australiano a expressar preocupações com o acesso e um potencial mau uso da Google sobre os dados dos utilizadores da Fitbit. Grupos de defesa dos EUA, México e Brasil também mostraram-se reticentes sobre a compra. “A Google poderá usar os dados da Fitbit para estabelecer uma posição de comando no segmento da saúde digital e mercados relacionados, retirando aos rivais a capacidade de competirem efetivamente”, cita a Cnet.
A Google, no passado, explicou que os “dados de saúde e bem estar da Fitbit não irão ser usados para a venda de publicidade da Google” e que o negócio se foca nos “aparelhos e não nos dados”.
Resta esperar para perceber como é que as entidades reguladoras de vários países se vão posicionar em relação a esta aquisição.