O Covid-19 alterou padrões de compra de gadgets e eletrodomésticos – mas segundo os responsáveis da KuantoKusta a pior notícia poderá demorar apenas uma semana a chegar: a partir de 8 abril, o mercado português deverá registar uma rotura de stocks de produtos tecnológicos, “como por exemplo, consolas, laptops, eletrodomésticos”, refere um comunicado do conhecido comparador de preços.
“O cerco cada vez maior que se verifica ao mercado espanhol devido ao Coronavirus está na origem da rotura que se vai verificar em semana e meia, pois é a grande fonte que alimenta o mercado nacional. Os serviços fecham, as fábricas fecham e os distribuidores estão sem produtos”, explica Paulo Pimenta, CEO do KuantoKusta, no comunicado.
Segundo as estimativas da KuantoKusta, desde que começaram a ser aplicadas as primeiras medidas de contingência desapareceram dos vitrines reais e virtuais “200 mil produtos num total de 2,2 milhões que a plataforma tem registados, sendo que a grande maioria se prende com a categoria tecnológica”.
O comparador de preços recorda que as encomendas têm vindo a duplicar de semana para semana – mas deparam já com a escassez ou a inexistência de produtos para comercialização.
Os consumidores também têm começado a procurar produtos e equipamentos que, outrora, não tinham tanta procura. Hoje, as passadeiras elétricas lideram o ranking de pesquisas no KuantoKusta quando no passado costumavam situar-se à volta do 100º lugar. As bicicletas elétricas, que costumam situar-se em posições próximas da 200ª, subiram ao 10º lugar dos produtos mais procurados; e as impressoras multifunções chegaram aos 4º lugar, vindas do 150º lugar da tabela de pesquisas.
A KuantoKusta admite que a rotura de stocks vai continuar em plena fase de pandemia, prevendo-se que no período “de um mês, desaparecerão do mercado mais 440 mil produtos do nosso catálogo, pois não há mãos a medir e o mercado de e-commerce pode também estagnar”, adianta Paulo Pimenta.
Além do segmento das tecnologias, prevê-se que a escassez e a rotura de stocks possa afetar igualmente os produtos para o lar, saúde e beleza que terão sofrido quebras de produção, com a paragem de fábricas na China.