A startup EuPago acaba de alertar para a proliferação de SMS que induzem os consumidores em erro – e em transferências fraudulentas, que têm por base notificações falsas para dívidas ou pagamentos em falta. Devido à possibilidade de personalização dos SMS, já terão sido enviados múltiplos SMS forjados em nome da EDP, dos CTT, da ASCENDI e até da Autoridade Tributária (AT). A EuPago refere que já recebeu 77 queixas de burla nas primeiras semanas de 2020, que terão contabilizado desfalques totais de 10 mil euros. A startup nacional informa ainda que as autoridades de Lisboa e do Porto já terão recebido mais de um milhar de queixas por semana relativamente a SMS fraudulentos.
José Veiga, um dos líderes da EuPago, aponta o dedo aos operadores de comunicações móveis por não tomarem as medidas que poderiam impedir a personalização dos SMS e, consequentemente, as burlas que neles são veiculadas.
“As operadoras móveis não efetuam a validação dos remetentes nas suas comunicações na entrega dos SMS e os burlões aproveitam-se dessa facilidade, fazendo passar-se por empresas idóneas, levando os destinatários a executar pagamentos fraudulentos”, explica o responsável da EuPago.
A startup especializada em pagamentos por via eletrónica recorda que ainda que qualquer pessoa terá a capacidade para personalizar o remetente dos SMS com um nome comercial, bastando para isso redigir uma notificação credível e, de seguida, a enviar para os contactos que, entretanto, tiver na sua posse.
Perante a alegada falta de reação dos operadores de telecomunicações, José Veiga considera que “a solução é a educação do consumidor”, mas não deixa de apontar para uma solução mais efetiva: o “bloqueio efetivo dos abusos por parte das operadoras”