O Tribunal Administrativo Superior de Berlim-Brandemburgo suspendeu temporariamente o abate de árvores que a Tesla estava a levar a cabo na preparação do terreno para a construção da fábrica nos arredores de Berlim. A decisão, tomada no sábado e comunicada neste domingo, teve por base uma queixa feita pela Liga Verde de Brandemburgo e a Associação para a Conservação da Paisagem e Proteção de Espécies da Baviera, segundo o jornal Der Spiegel.
Os grupos ambientalistas sublinham que os trabalhos começaram sem que fosse feito o relatório final do impacto ambiental e que a Tesla não deve ser tratada de forma diferente de outras empresas. Ainda segundo o jornal alemão, tanto os ambientalistas como a Tesla têm agora até esta terça-feira, 18 de fevereiro, para comentarem o caso.
A suspensão dos trabalhos imposta pelo tribunal foi tomada de forma célere para impedir que uma decisão mais tardia já não tivesse efeitos – já que, em apenas alguns dias, as equipas de limpeza poderiam ter cortado quase todas as árvores. O corte das árvores já tinha começado na quinta-feira passada e, segundo os planos da Tesla, a construção da fábrica deveria ter início já em março, estando a conclusão prevista para 2021.
Segundo o também jornal alemão Deutsche Welle, o ministério do Meio Ambiente alemão disse que a Tesla podia começar os trabalhos de abate de árvores na quinta-feira “por conta e risco próprios”. Ainda segundo o ministério, comentários e queixas ao projeto de construção da chamada Gigafactory da Tesla podem ser submetidos até ao dia 5 de março e só depois dessa data é que será emitido o parecer final do impacto ambiental da construção.
A Tesla comprou, por 41 milhões de euros, um terreno de 300 hectares. Segundo a marca, as árvores em questão já estiveram para ser abatidas, pois a fabricante alemã BMW esteve para construir também naquele local uma fábrica automóvel. A empresa liderada por Elon Musk já assumiu ainda alguns compromissos, como realocar grupos de animais noutras zonas consideradas como adequadas.
De acordo com previsões da fabricante norte-americana, a fábrica em Berlim vai ter capacidade para produzir 500 mil veículos por ano e vai empregar até 12 mil trabalhadores.