O Conselho de Ministros desta quinta feira deverá aprovar a limitação da participação de fornecedores de tecnologias de “alto risco” na quinta geração de redes de telemóveis (5G). A decisão deverá dar seguimento às linhas de orientação definidas recentemente pela Comissão Europeia, que aconselha os estados-membros a limitarem a participação de fornecedores de “alto risco” na implementação das novas redes móveis.
Devido à interdição aplicada nos EUA e toda a controvérsia que se seguiu, as atenções centram-se agora na Huawei. O jornal Expresso garante num dos seus títulos que o Governo se prepara para limitar a participação da Huawei nas redes nacionais – mas as orientações vindas da Comissão Europeia apenas determinam, genericamente, a aplicação de restrições a fornecedores classificados como de “alto risco”.
As orientações não são vinculativas, mas se os estados-membros as seguirem ter em conta um trabalho de análise prévio que tem por objetivo identificar as marcas que deverão ser consideradas de “alto risco”. No caso de ser considerada de “alto risco”, a Huawei poderá então vir a sofrer essas restrições na 5G.
O Expresso cita uma fonte governamental que confirma que «há um ano identificamos o problema, apresentamos um relatório no verão, temos vindo a trabalhar com os nossos parceiros e faremos o que temos dito: convergir com a UE».
Em Bruxelas, aprovou-se no final de janeiro o documento chamado «caixa de ferramentas» onde existem várias recomendações de ações-chave para reduzir o impacto de possíveis ciberataques, ações de espionagem ou outro tipo de problemas que possam resultar da utilização das redes 5G.
A escolha dos parceiros tecnológicos vai passar a fazer-se principalmente por questões de segurança e só depois pela qualidade e custos.
Esta não é a única notícia menos auspiciosa para a presença da Huawei na Europa: na quarta-feira, a Vodafone confirmou que vai investir 200 milhões de euros com o propósito de retirar equipamentos fabricados pela Huawei dos elementos nucleares da rede.