Tendo em conta a improbabilidade de uma qualquer empresa alienígena vir a reclamar o feito, a SpaceX passa a poder reclamar desde a madrugada desta terça-feira a liderança dos operadores comerciais de satélites no Universo. O recorde foi estabelecido por volta das três horas da madrugada de Portugal Continental com o lançamento de um Falcon 9, que libertou no Espaço mais 60 satélites da constelação Starlink. Com este lançamento, a constelação da SpaceX passou a contar com 182 satélites a orbitar em torno da Terra.
De acordo com o SpaceNews, a SpaceX libertou o conjunto de 60 satélites para uma órbita a 290 quilómetros de altitude para realizar os necessários de testes de operacionalidade, antes de encaminhar esta frota orbital para uma órbita mais elevada, a 550 quilómetros de altitude.
A histórica missão apenas teve o senão de danificar uma das embarcações que a SpaceX usa devidamente adaptadas para a recolha dos módulos espaciais que regressam à Terra, refere o Ars Technica.
Há notícias que dão conta de que pelo menos cinco dos 182 satélites da constelação Starlink estarão inoperacionais na atualidade e que há mais uma dezena destes veículos espaciais que se encontram numa órbita errada. Estas “baixas” não deverão travar os planos da SpaceX para os próximos tempos: a operadora espacial que entrou para a história ao confirmar a viabilidade comercial do uso de lançadores reutilizáveis, como o Falcon 9, conta levar a cabo mais 20 lançamentos de satélites durante o ano que agora se inicia. O que leva a crer que, apesar da concorrência de empresas como a Blue Origin, que é liderada pelo cibermagnata Jeff Bezos, ou dos 40 lançamentos da agendados pela principal agência espacial chinesa, não deverá perder tão depressa a liderança no que toca ao número de satélites operacionais.
Os números que constam nos planos da operadora liderada por Elon Musk são expressivos: numa primeira fase, SpaceX confirmou a intenção de lançar e construir cerca de 12 mil satélites. Posteriormente, a companhia americana informou a Organização Mundial das Comunicações da intenção de lançar nos próximos tempos 30 mil satélites.
A constelação Starlink foi desenhada para suportar um operador de telecomunicações de escala global que poderá suprir falhas de cobertura dos operadores de comunicações móveis e fixas terrestres, bem como poderá tirar partido das operações orbitais para contornar restrições do ponto vista geográfico ou regulamentar. A este fator junta-se outro: as reduzidas dimensões dos satélites que permitem usar tecnologias mais ágeis e sofisticadas com lançamentos menos onerosos.