O Departamento de Estado dos EUA e o FBI anunciaram que estão dispostos a pagar um prémio de cinco milhões de dólares (cerca de 4,5 milhões de euros) a quem fornecer informação sobre Maksim Yakubets, cidadão russo que é suspeito de liderar o grupo de hackers Evil Corp.
Além da recompensa, o FBI fez saber que Maksim Yakubets está acusado de conspiração, ataques a computadores, fraude de telecomunicações, e fraude bancária. As acusações, que se estendem ainda a outro cidadão russo de nome Igor Turashev e também têm réplicas no Reino Unido, estão relacionadas com duas fraudes bancárias classificadas como as piores da década passada.
De acordo com o Cnet, a recompensa é a maior que alguma vez foi prometida para denunciantes de autores de ciberataques. A descrição que Brian Benczkowski, Procurador Geral Assistente dos EUA, apresenta em comunicado ajuda a perceber a importância do alegado líder do grupo Evil Corp: «Maksim Yakubets, alegadamente, enveredou, ao longo de uma década, por uma série de cibercrimes, que permitiu criar dois dos mais danosos componentes de códigos maliciosos alguma vez criados e resultou na perda de dezenas de milhões de dólares para vítimas em todo o mundo».
Enquanto Maksim Yakubets é apontado como o líder do Evil Corp, Igor Turashev é descrito como um hacker associado. Em ambos os casos, o FBI e os procuradores americanos admitem haver ligações com o governo russo.
Na origem das acusações da Justiça americana está uma campanha iniciada em 2009 com o lançamento de malware especializado na recolha de dados de acesso a contas bancárias, que ficou conhecido como Dridex, Bugat ou Cridex.
O grupo Evil Corp fez evoluir o Dridex com sistemas de ransomware, que chegaram a sequestrar dados dos já referidos dois bancos, quatro petrolíferas e uma fabricante de armas – mas o pecúlio poderá não ter sido suficiente para satisfazer Yakubets, que é também acusado de estar por detrás do malware Zeus. Com este último código malicioso, o hacker russo terá logrado desviar 70 milhões de dólares (cerca de 63 milhões de euros) de diferentes contas bancárias. O Cnet refere que o código malicioso terá feito estragos em 21 municípios, vários bancos e até organizações sem fins lucrativos de 11 estados americanos.
Rob Jones, líder da Agência Nacional de Combate ao Crime do Reino Unido, recorda o espírito impiedoso dos hackers russos: «Este não é um crime sem vítimas, estas perdas correspondem às poupanças de vidas inteiras das pessoas, que se encontram agora vazias nas respetivas contas bancárias».