O objetivo do governo de Pequim é «proteger os direitos legítimos e os interesses dos cidadãos no ciberespaço», escreveu o Ministério da Indústria e das Tecnologias de Informação chinês aos operadores. As empresas devem agora usar inteligência artificial e outros meios técnicos para guardar o rosto de todos os clientes que tentem comprar novos cartões SIM para os seus aparelhos. A medida visa, no fundo, controlar os utilizadores e limitar a sua capacidade de se permanecerem anónimos online.
Os grupos de ativistas dedicados à defesa da privacidade já se mostraram reticentes e afirmam que a política de analisar o rosto dos utilizadores leva as coisas demasiado longe, havendo ainda o risco de que os dados biométricos possam cair em mãos erradas, notica o QZ.
Um professor de Direito da Universidade de Ciências da Tecnologia Zheijiang processou no mês passado o Safari Parque Hangzhou por este forçar os detentores de bilhete a passarem por um sistema de reconhecimento facial, em vez de passarem só pela recolha de impressões digitais. Este é um dos primeiros processos que visa a tecnologia de reconhecimento facial, cada vez mais utilizada na China.
O governo continua os seus programas de reconhecimento, incluindo redes massivas de vigilância sobre os cidadãos, especialmente em zonas como Xinjiang, onde foi acusado de estar a deter ilegalmente minorias religiosas e étnicas.