A Amnistia Internacional mostrou-se preocupada com as práticas de vigilância omnipresente de milhões de pessoas levadas a cabo pela Facebook e pela Google. O organismo pede «uma transformação radical do modelo de negócio das duas gigantes tecnológicas». O documento publicado refere que as empresas não cobram pelos serviços prestados, mas que o preço que os utilizadores pagam é a cedência dos seus dados pessoais e indica o caso Cambridge Analytica como exemplo de como estes dados podem ser usados contra os utilizadores. O texto prossegue pedindo aos governos que aprovem legislação rigorosa para proteção de dados e regulação efetiva das gigantes tecnológicas, lembrando que Amazon e Microsoft também têm uma versão de modelo de negócio semelhante, mas que, por não sereem essenciais na forma como as pessoas se relacionam, não representam uma ameaça para já.
«Estamos encurralados agora. Ou nos submetemos a esta máquina de vigilância intrusiva – onde os nossos dados podem ser facilmente usados para manipulação e influência – ou desistir dos benefícios de um mundo digital. Esta não pode ser nunca uma escolha legítima», afirmou Kumi Naidoo, o Secretário Geral da Amnistia Internacional.
A Facebook, através do Diretor de Privacidade e Política Pública Steve Satterfield, discorda «respeitosamente» deste alerta e salienta que o modelo de negócio assenta em publicidade e que é um avanço em termos de direitos humanos, por permitir às pessoas ter uma voz e liberdade de associação.