A Huawei anunciou esta segunda-feira que retirou um processo judicial contra o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, após o governo americano ter libertado um lote de equipamento apreendido em 2017 por suspeita de espionagem, que estava a ser encaminhado para a China após ter sido testado em solo americano.
De acordo com a Reuters, a Huawei confirmou que o governo americano entregou o equipamento em agosto após ter confirmado que não era requerida uma licença de exportação. A empresa afirma também estar desapontada porque as autoridades dos Estados Unidos se recusaram a clarificar as razões para a detenção deste lote de equipamento durante dois anos.
Atualmente os Estados Unidos mantêm alguns processos contra a marca chinesa, nomeadamente, acusam a Huawei de ter violado as sanções comerciais impostas pelo governo americano ao Irão, bem como pelo alegado envolvimento em atos de espionagem industrial a favor do governo de Pequim – curiosamente, mesmo com o boicote de algumas marcas, no segundo trimestre deste ano a Huawei manteve-se em segundo lugar nas vendas de smartphones a nível mundial.
A gigante tecnológica chinesa encontra-se na “lista negra” do Departamento de Comércio dos EUA desde maio deste ano e, desde então, que a tensão comercial no eixo Estados Unidos-China tem vindo a escalar paulatinamente. Recorde-se que um dos momentos altos da tensão foi a detenção de Meng Wanzou, filha do atual presidente da Huawei e chefe financeira da empresa, no aeroporto de Vancouver, no Canadá. A empresária tem estado detida e tem audiência marcada para janeiro do próximo ano.
Ainda, este mês a Huawei acusou os Estados Unidos de perpetrarem vários ciberataques contra a marca. Embora sem provas, a acusação surgiu um dia após os governos americano e polaco terem assinado um acordo que visa a investigação de equipamentos para a montagem da infraestrutura 5G na Polónia.