A Vodafone Portugal prevê passar 3400 torres de telecomunicações para a gestão da TowerCo, empresa do grupo Vodafone que foi anunciada esta sexta-feira com o propósito de formar um novo líder do segmento na Europa. A Vodafone Portugal confirma que é uma das 10 subsidiárias «que tem estado a colaborar de forma próxima com o grupo Vodafone neste projeto, o que é natural dado o volume e qualidade dos ativos que temos nessa área em Portugal», disse a empresa em resposta enviada por email à Exame Informática.
As 3400 torres correspondem apenas a uma parte do total de infraestruturas que a operadora detém em Portugal. O número poderá ser revisto.
«A exploração destas infraestruturas será feita a nível europeu, independentemente das sinergias que possam existir a nível local», salienta ainda a Vodafone Portugal.
A constituição da nova empresa por parte do grupo Vodafone foi comunicada na apresentação de resultados relativa ao quarto trimestre fiscal de 2019, que terminou em junho. Durante a apresentação conduzida por Nick Read, diretor executivo, e Margherita Della Valle, diretora financeira, foi revelado que a nova empresa vai ter um total de 61.700 torres de telecomunicações que vão transitar das subsidiárias da Vodafone na Europa.
Além de Portugal, as maiores “contribuições” de torres de telecomunicações para a nova empresa vão ser feitas pela Alemanha (19.300), Itália (11.000), Espanha (9700) e Reino Unido (6600). A TowerCo vai ainda gerir um agregado de 8000 torres na Roménia, Hungria, e República Checa.
«Tencionamos monetizar uma proporção substancial da TowerCo nos próximos 18 meses, dependendo das condições do mercado. Em última instância pode passar por uma Oferta Pública Inicial ou pela alienação de uma participação minoritária na TowerCo, bem como potenciais alienações de participações minoritárias ou maioritárias ao nível de mercados individuais», já tinha adiantado a Vodafone em comunicado relativamente ao futuro do negócio das torres de telecomunicações.
A decisão de passar as torres de telecomunicações para uma nova empresa tem como objetivo gerar uma maior rentabilização deste ativo. Além da formação da TowerCo, o grupo britânico de telecomunicações também está a firmar acordos de partilha de infraestrutura em vários mercados.
Recorde-se que o grupo Altice já passou por um processo semelhante: em junho de 2018 concluiu a venda de 3000 torres de telecomunicações da operadora Meo a um consórcio constituído pelo fundo de investimento Horizon Equity Partners – detido pelos antigos ministros Pires de Lima e Sérgio Monteiro – e pelo banco Morgan Stanley. Na altura foi também vendida uma participação minoritária nas torres de telecomunicações que a Altice detém em França.