«Os carros autónomos vão estar nas nossas vidas. A questão de quando é que ainda não é clara», explicou Raquel Ustasun, cientista-chefe no Uber Advanced Technologies Group. Há três anos, a empresa tinha uma postura muito mais agressiva e levava a crer que os autónomos estariam quase a chegar. Agora, a Uber e toda a indústria adotam um tom mais cauteloso, dados os complexos desafios tecnológicos e os acidentes que já envolveram os carros autónomos.
A Uber prepara-se para entrar em bolsa através de um IPO (de Initial Public Offering) que deverá levar a empresa para um valor de 120 mil milhões de dólares. Na última ronda de angariação de capital privado, a empresa ficou avaliada em 76 mil milhões de dólares. É na iminência desta operação financeira que surgem as declarações de Urtasun, que apontam agora para uma perspetiva mais cautelosa, talvez no sentido de tranquilizar potenciais investidores, lembra a Reuters.
A cientista-chefe da Uber acredita que nos próximos dez anos estaremos perante várias misturas entre condução autónoma e condutores humanos, mas escusa-se a fazer qualquer previsão sobre como esse mix vai ser, dadas as muitas incertezas que envolvem o segmento para já.
Depois do acidente fatal no Arizona, a Uber retirou os carros autónomos das estradas, despediu centenas de condutores de teste e encerrou várias operações. Agora, a empresa está a procura de parceiros como a GM ou a Waymo para trabalharem juntos nos testes a carros autónomos. Há rumores de que também a Toyota e o SoftBank Group Corp se preparam para investir mil milhões de dólares na unidade de carros autónomos da Uber.