O alerta saiu da caixa de email de Robbie Miller, quando se preparava para sair da empresa. O executivo que estava participava na gestão dos testes a veículos autónomos, avisou que os carros estão frequentemente em acidentes que resultam em danos e que os condutores de backup não são treinados adequadamente, nem despedidos caso cometam sempre os mesmos erros. «Um carro foi danificado quase dia sim, dia não em fevereiro. Não devíamos estar a bater em coisas a cada 15 mil milhas. A repetição de infrações raramente resulta em despedimento. Vários dos condutores não parecem ter sido selecionados ou treinados adequadamente», escreveu Miller que já tinha trabalhado nas unidades autónomas da Google e da Otto, citado pelo Tech Crunch.
Apenas cinco dias depois de Miller ter alertado e elaborado algumas sugestões, deu-se o acidente em Tampa, no Arizona, que resultou na morte de Elaine Herzberg, que estava a atravessar a rua quando foi atropelada pela carrinha autónoma da Uber.
A empresa suspendeu imediatamente este tipo de testes, tendo retomado em julho em modo manual e com novas medidas de segurança em vigor.
O aviso de Miller terá sido enviado para Eric Meyhofer, responsável pela unidade de veículos autónomos da Uber, para John Thomason, vice-presidente para software e para outros cinco executivos e advogados.
As sugestões de Miller incluiam reduzir a frota de carros autónomos em 85% de forma a que a equipa de software tivesse tempo para rever os incidentes em segurança, incluir dois condutores de backup por trajeto e permitir que empregados individuais, desde gestores de operações a engenheiros, pudessem encerrar o teste se considerassem haver riscos.
O documento de Miller baseou-se em entrevistas com cinco atuais empregados da Uber e 15 pessoas que já tinham saído dos quadros. A Uber ainda não comentou este relatório.