A CBI, que representa 190 mil empresas do Reino Unido, e o Trades Union Congress, o sindicato nacional central, revelam-se preocupados com a procura que algumas empresas estão a fazer por soluções de microchips para os funcionários. «Embora a tecnologia esteja a mudar a forma como trabalhamos, isto deixa espaço para algumas leituras desconfortáveis. As empresas deviam concentrar-se em prioridades mais imediatas e focar-se em envolver os funcionários», afirma a CBI. Por outro lado, o TUC explica que «soubemos que há funcionários já preocupados com os empregadores usarem a tecnologia para controlar e microgerir o trabalho, afastando os direitos do staff à privacidade», cita o The Guardian.
Estas preocupações surgem num momento em que se noticia que a BioTeq já colocou 150 implantes em funcionários e a sueca Biohax está a negociar com várias empresas financeiras e jurídicas a possibilidade de se colocar microchips nos trabalhadores. Estes implantes, do tamanho de um bago de arroz, podem ser colocados nos dedos e permitem, por exemplo, abrir e fechar portas, aceder a computadores bloqueados ou armazenar dados médicos.
A BioTeq revela que a maioria dos 150 implantes foi colocada a pedido individual, embora algumas empresas de engenharia e do mundo das finanças também já tenham colocado estes chips em alguns funcionários. Há um banco a testar a tecnologia e os microchips, que custam entre 70 e 260 libras por pessoa, já foram enviados para interessados em Espanha, França, Alemanha, Japão e China.
Do lado da Biohax, a aposta passa por usar estes microchips para melhorar a segurança e garantir que só pessoal autorizado tem acesso a documentos com informação sensível. Estes chips custam 150 libras e sabe-se que há uma empresa do setor financeiro com milhares de funcionários interessada em usar a tecnologia. Das Big Four da contabilidade, a Deloitte recusou comentar, enquanto a KPMG, a PwC e a Ernst and Young afirmaram não estar interessadas.
A Biohax vai abrir um escritório em Londres e afirma já ter colocado mais de quatro mil microchips, a maioria na Suécia.