Primeiro foi o governo britânico e logo de seguida foi o norte-americano a fazerem declarações oficiais com a mesma mensagem: a Rússia foi a responsável pelo poderoso ciberataque NotPetya, que foi lançado em junho do ano passado. De acordo com as autoridades britânicas e americanas, os russos lançaram um vírus com o intuito de afetar infraestruturas ucranianas, mas o ataque acabou por afetar computadores em todo o mundo e provocou milhares de milhões de euros em prejuízos.
A responsável pela comunicação da Casa Branca, Sarah Sanders, citada pela Reuters, afirma que «este ataque imprudente e indiscriminado terá consequências internacionais», enquanto os britânicos referem que «o Reino Unido e os seus aliados não irão tolerar ciberatividade maliciosa». A declaração oficial marca a primeira vez que o governo norte-americano acusa a Rússia de um dos piores ciberataques já registados, embora empresas de segurança já tivessem indicado que Moscovo seria responsável pelo NotPetya há alguns meses. A isto junta-se, por exemplo, o facto de ter sido bem mais célere a atribuir o ataque WannaCry à Coreia do Norte.
Saliente-se que estava previsto que a declaração dos Estados Unidos e do Reino Unido fossem difundidas na mesma altura, mas o mais recente tiroteio num liceu da Florida obrigou as autoridades americanas a fazerem um adiamento de um dia. Contudo, continuam por esclarecer quais serão exatamente as mencionadas «consequências internacionais».
Por sua vez, fonte oficial do Kremlin já veio negar publicamente qualquer envolvimento da Rússia no NotPetya e diz-se vítima de uma campanha «russofóbica» por parte de alguns países ocidentais.