No mapa, Portugal está a mais de 11 mil quilómetros de distância de Singapura, mas no ranking do Índice Global de Cibersegurança (GCI) da Organização Internacional das Telecomunicações (ITU) os dois países estão separados por 55 posições. Singapura é classificada como a nação mais evoluída do ponto da cibersegurança; e Portugal está colocado na 56ª posição deste ranking elaborado pela organização pertencente às Nações Unidas.
Numa escala de 0 a 1 (sendo 1 o máximo e 0 o mínimo) Portugal apresenta uma classificação de 0.508, enquanto Singapura aproxima-se do máximo possível com uma pontuação de 0,925.
De acordo com a ITU, Portugal está no grupo de países que ainda em fase de maturação das defesas de cibersegurança. Neste grupo encontram-se igualmente a Espanha (54º lugar), Índia (25º), Alemanha (26º) e a China (34º). No top 10, há algumas confirmações, mas também não faltam algumas surpresas: a já referida Singapura está no primeiro lugar, os EUA (com uma classificação de 0,919) estão em segundo lugar; e a Malásia em terceiro (com 0,893), Omã em quarto lugar (0,875), e Estónia (0,846) em quinto lugar. As Ilhas Maurícias, Austrália, Geórgia, França e Canadá completam os 10 primeiros lugares do grupo de países que lideram a adoção de sistemas de cibersegurança no mundo. A Rússia, uma das superpotências saídas da Guerra Fria, está posicionada em 11º lugar.
No último lugar encontra-se a Guiné Equatorial, país africano que ficou conhecido em Portugal, depois de ter aderido, de forma polémica, à Comunidade de Países de Língua Portuguesa. No ranking, a Guiné Equatorial surge com uma classificação de zero.
Entre as conclusões do estudo da ITU realce para o facto de 50% dos governos inquiridos revelarem que não têm qualquer lei específica para as atividades de cibersegurança (em Portugal, essa legislação está a ser trabalhada através da transposição da diretiva europeia de cibersegurança).
Ao contrário do que seria expectável, nem sempre é nos países com maiores PIB que se encontram os sistemas de cibersegurança mais avançados. Esta constatação também poderá estar relacionada com o facto de serem os próprios governos que respondem às questões da ITU, mas os próprios autores do estudo recordam que as respostas são confirmadas por fontes de informação alternativas – e mesmo os vários casos em que os governos não respondem são sujeitos a uma análise de um grupo de especialistas, que atribuem uma classificação final a esses países.
O GCI atribuiu uma classificação ao estado da cibersegurança de 193 países, tendo por ponto de partida inquéritos de 157 questões, relativos a 25 indicadores. A análise incidiu em questões relacionadas com enquadramento legal, instituições existentes, competências técnicas, e cooperação com o estrangeiro.
á alguns países com baixos níveis de acesso à Internet que figuram no topo da edição de 2017 do GCI, mas na maioria dos casos, as economias em vias de desenvolvimento têm dificuldades acrescidas em ter sistemas de cibesegurança mais avançados, conclui a ITU: «A recolha de dados mostra que os países em vias de desenvolvimento têm falta de peritos de cibersegurança bem preparados, bem como de um estudo minucioso e da formação necessária para as questões da cibersegurança no que toca à aplicação da lei, e aos desafios permanentes que se colocam nas instituições judiciárias e legislativas».