Passados cinco meses e 5,3 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros), a Samsung confirmou oficialmente a causa técnica que terá gerado os incêndios de vários telemóveis Galaxy Note 7. A marca sul-coreana referiu, num evento realizado esta madrugada em Seul, que as investigações levadas a cabo por entidades internas e externas «concluíram que são as baterias a causa dos incidentes ocorridos com o Note 7».
A fabricante reitera que os phablets, que foram alvo de um processo de recolha à escala global, não apresentam qualquer falha de software ou de hardware. Terão sido falhas relacionadas com o fabrico e o desenho das baterias provenientes de dois fornecedores que deram origem ao estranho fenómeno de incêndio e/ou derretimento de Note 7, durante o processo de carregamento de energia.
Mais de 3,06 milhões de terminais foram recolhidos em todo o mundo. A Samsung estima que o número corresponda a 96% do total das vendas destes phablets.
Segundo a BBC, a Samsung não planeia iniciar qualquer processo judicial contra os fornecedores de baterias que deram origem a um dos maiores fiascos de que há memória no mercado dos telemóveis. A BBC recorda ainda a que a Samsung não avançou com os nomes dos fornecedores das baterias em causa, mas remete para notícias do passado recente que apontavam a Samsung SDI e a Amperex Technology (uma empresa chinesa) como os fabricantes que terão produzido as baterias que deram origem aos incêndios.
Koh Dong-jin, o responsável pela Unidade de Telemóveis da Samsung, lembrou que a recolha dos Galaxy Note 7 também pode ter uma vertente positiva: «As lições que resultam deste incidente estão profundamente refletidas na nossa cultura e processos», prometeu o responsável da Samsung, em declarações citadas pela Reuters.
Os responsáveis da Samsung negaram ainda a intenção de aproveitar o Mobile World Congress, que se inicia a 27 de fevereiro em Barcelona, para apresentar o Galaxy S8 e desviar as atenções das sequelas geradas pelo Note 7. A gigante sul-coreana não confirmou os rumores que davam conta da intenção de usar componentes que terão ficado em stock depois do processo de recolha de telemóveis.