Silicon Valley, o epicentro da inovação e das tecnologias que se instalou no extremo oeste do sonho americano, está longe de ser uma terra pró-Donald Trump. E na Costa Leste, as startups que pululam em torno da Bolsa de Nova Iorque também dificilmente estarão inclinadas a apostar no candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA. Pelo menos é essa a conclusão que pode ser tirada a partir dos donativos da indústria e profissionais das tecnologias: a campanha de Donald Trump apenas garantiu seis por cento do valor dos donativos recolhidos pela campanha do candidato republicano Mitt Romney (derrotado por Barack Obama) em 2012.
Também no comparativo com a adversária do Partido Democrático, a campanha eleitoral fica a perder: de acordo com a Reuters, os Democratas terão logrado captar 25 vezes mais donativos que os Republicanos que têm vindo a fazer a campanha de Trump.
As estimativas, que foram levadas a cabo pela empresa Crowdpac através da contabilidade de donativos superiores a 200 dólares, revelam ainda que Hillary Clinton também estará a sentir bastante mais dificuldade em captar donativos junto da indústria tecnológica que o antecessor Barack Obama.
Há mais uma razão para o fraco desempenho da campanha de Trump junto do setor das tecnologias: tradicionalmente, os profissionais destas indústrias costumam votar, maioritariamente, nos candidatos democratas. A este dado ter-se-ão juntado as divisões registadas no seio do próprio Partido Republicano: Meg Whitman, líder da HP e uma das referências do Partido Republicano, já fez saber que não vai votar Trump e aconselhou os correligionários a entregarem os respetivos donativos à campanha de Hillary Clinton.