Em 2014, cada piloto de avião de uma companhia aérea dos EUA avistou, em média, menos de um drone em cada voo realizado. Em 2015, a tendência acentuou-se, revela um estudo da Administração Federal da Aviação dos EUA (FAA): entre agosto do ano passado e janeiro de 2016, cada piloto das companhias aéreas norte-americanas terá avistado, em média, 3,5 drones em cada voo realizado.
O estudo, que contou com as respostas de pilotos de aviões e helicópteros de voos comerciais e não comerciais, contabilizou 582 ocorrências relacionadas com o avistamento de drones, noticia o The Guardian.
A compilação conta mesmo com alguns relatos que só, por sorte, não resultaram em acidentes: num dos “casos” mais assustadores, o piloto do voo 475 da American Airlines, teve a necessidade de contornar um drone para evitar uma colisão a mais de mil metros de altitude, enquanto fazia a ligação entre as cidades de Geórgia e Charlotte. Há ainda registo de um helicóptero-ambulância que se terá deparado com um drone a mais de 420 metros de altitude e que terá sido obrigado a uma manobra apertada para escapar à colisão com o autómato voador, que se encontrava a uma distância de 30 metros. Estes 30 metros de distância entre helicóptero-ambulância e drone não terão chegado para fixar um recorde no que toca a razias: em dezembro, um piloto de helicóptero viu um drone a menos de 1,5 metros de distância, durante um voo a cerca de 300 metros de altitude.
O estudo da FAA pode ser revelador não só dos riscos que os drones representam para a aviação comercial, mas também dos efeitos práticos que a mais recente legislação tem vindo a produzir no espaço aéreo dos EUA. Mais de 406 mil pessoas já registaram os respetivos drones junto das autoridades dos EUA.
A legislação apenas exige o registo de drones que pesem mais de 250 gramas. Na FAA, há a consciência de que os novos regulamentos são apenas uma das componentes do sistema de segurança que está em vista de ser montado: no futuro, o espaço aéreo norte-americano poderá contar com uma solução tecnológica que impede os drones de entrarem em espaços usados pelos veículos voadores que transportam passageiros.