
A aplicação Waze baseia-se em dados fornecidos pela comunidade para mostrar informação geográfica relevante. Assim, se muitos utilizadores reportarem informações de trânsito, acidentes conhecidos, trabalhos de construção e reparação nas vias, estes dados aparecem aos restantes utilizadores que estejam a circular por estas estradas. O problema para o qual o chefe da Polícia de Los Angeles alerta é que os utilizadores também podem informar sobre a concentração de agentes numa determinada zona para operações Stop ou bloqueios. Esta informação poderá depois ser usada por criminosos e por pessoas que queiram atingir estes agentes.
A Waze foi desenvolvida em Israel, conseguiu mais de 50 milhões de utilizadores e acabou por ser comprada pela Google em 2013, por 966 milhões de dólares.
A Associated Press noticia que o responsável pela Polícia de Los Angeles, Charlie Beck, escreveu à Google a alertar para o perigo que a reunião de informação prestada pela comunidade representa para os agentes e para a própria comunidade. O xerife Michael J. Brown, presidente do painel tecnológico da National Sheriff’s Association dos EUA, também critica este serviço, apelidando-o de «perseguidor de polícias». As autoridades pedem à Google que suspenda o Waze e que os responsáveis políticos também intervenham no sentido de banir esta e outras aplicações semelhantes.
Numa altura em que os EUA estão a ser palco de alguns assassinatos de polícias, na sequência de brutalidade contra a população, estas críticas sobem de tom, principalmente pelas autoridades policiais. Por outro lado, os defensores das liberdades civis alegam que a comunidade é que deveria estar preocupada com a perseguição policial e não o contrário.
Não existem ainda provas concretas de que os assassinos de polícias tenham usado de facto esta aplicação, mas há vários tuítes e posts no Facebook a indicar que vários cidadãos anónimos estão a monitorizar de perto a presença policial.