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A Altice está apostada em apertar o cerco à Meo – e aparentemente apenas estará interessada em comprar a marca com que a PT recentemente passou a agrupar os serviços de telefone, telemóvel, internet e TV. Depois de várias notícias de origem oficiosa, a operadora francesa que detém a Cabovisão e a Oni fez a confirmação oficial, sob a forma de um comunicado: A Altice apresentou uma proposta de 7,025 mil milhões de euros à Oi com o objetivo de assegurar a compra da PT Portugal – precisamente a empresa que foi criada para representar a “antiga” PT antes da fusão com a Oi.
O valor apresentado pela Altice não contempla todos os ativos e passivos da PT Portugal: o comunicado da Altice sublinha que o valor não inclui os 890 milhões de euros aplicados pela antiga gestão da PT na falida Rio Forte ou nos veículos de financiamento usados pela operadora, e apenas incide sobre as operações que a empresa portuguesa mantém «fora de África».
A Altice refere ainda que a proposta tem em conta 400 milhões de euros de futuras de receitas da PT Portugal e ainda mais 400 milhões de euros que decorrem de fluxos de caixa previstos para o futuro.
Com esta proposta não só ficam confirmadas as intenções da Altice e as prováveis negociações com a Oi, como ainda se confirma que a Altice apenas estará interessada em garantir as operações que hoje se encontram debaixo da marca Meo.
Apesar de, por mais de uma vez, já terem circulado notícias que dão como garantida a venda da PT Portugal durante esta semana, há um “detalhe” que a imprensa brasileira e os acionistas da Oi a favor da venda têm negligenciado: com a fusão, a PT SGPS, garantiu não só a posição de maior acionista como também o poder de veto de decisões estratégicas da companhia – ou seja, pode impedir que outros acionistas da Oi vendam os ativos da “antiga PT” a outro operador.
Para os outros acionistas da Oi, a venda da PT é um triploprémio: 1) liberta-se do acionista maioritário que iria liderar a Oi; 2) garante dinheiro fresco para abater no elevado endividamento; e 3) a venda da PT Portugal liberta a Oi para entrar num acordo com outras operadoras brasileiras para a compra e consequente repartição da TIM Brasil.
Resta saber qual a posição dos acionistas da PT: estarão dispostos a “comprar” a guerra com os outros acionistas da Oi?; será que têm o poder, o dinheiro ou os parceiros necessário que permitam resistir à proposta da Altice?; e será que em condições de concertar esforços em torno de um novo objetivo?
A estas três questões, que deverão começar a ser respondidas em breve pelos acionistas da operadora, poderá juntar-se uma quarta: que posição irá o Governo português assumir perante esta proposta de compra?
Do outro lado do Atlântico, surgem notícias de que a Altice poderá não ser a única interessada nos ativos da PT.